Acesso exclusivo para sócios corporativos
Ainda não é Sócio do Clube de Criação? Associe-se agora!
Acesso exclusivo para sócios corporativos
Ainda não é Sócio do Clube de Criação? Associe-se agora!
Perspectivas dos presidentes de júri (Ricardo John e Rafael Urenha)
Apesar de este ser um ano diferente de tudo, o Clube de Criação decidiu manter sua premiação e as razões estão expostas na Carta ao Mercado (que pode ser lida aqui). Como em todas as edições anteriores, o 45º Anuário fará a celebração do melhor que a Criatividade publicitária produziu neste país.
As inscrições estão encerradas, com exceção da categorias Periferia Criativa, cujo prazo foi estendido até esta quinta-feira, 10 (confira aqui). Em breve, começa o trabalho do júri. Neste ano temos algumas diferenças. A começar pelo julgamento, que será virtual.
Outra novidade é que todos os júris são compostos de 50% mulheres e 50% homens. A edição traz, desse modo, um importante foco na diversidade (veja quem faz parte dos júris).
O Clubeonline procurou os presidentes de júri para comentar o ano, o 45º Anuário e o valor da Criatividade. Nesta quinta rodada de entrevistas, as considerações são de Ricardo John, CEO & CCO da FCB, que preside a categoria Periferia Criativa, e Rafael Urenha, CCO da DPZ&T e presidente da categoria Direção de arte/ ilustração/Fotografia.
Já participaram:
- Laura Esteves, diretora executiva de criação da DPZ&T, e André Kassu, sócio e diretor de criação da CP+B, ambos na categoria Criação (reveja aqui).
- Luciana Haguiara, diretora executiva de criação da MediaMonks/Circus e presidente de júri na categoria Digital, e de Carolina Markowicz, roteirista, diretora e sócia da Rebolucion Brasil, presidente de júri na categoria Técnica Filme (aqui).
- Edu Lima, sócio e ECD da Wieden+Kennedy, na categoria Criação, e Theo Rocha, diretor do Facebook Creative Shop Latam e presidente de júri da categoria Estudantes (aqui).
- Rafael Pitanguy, CCO da Y&R, na categoria Criação, e James Pinto, CEO da Jamute e presidente de júri da categoria Trilha (Trilha Original/ Melhor Uso de Música/ Sound Design) + Radio (aqui).
Confira.
JULGAMENTO REMOTO E CATEGORIA PERIFERIA CRIATIVA
Ricardo John - Este é um ano atípico e considero um sopro de ar fresco julgar trabalhos criativos e celebrar a Criatividade neste momento tão pessimista. A categoria Periferia Criativa abre horizontes. Ela sai da caixa e isso é mágico. Vamos poder treinar nossos olhos para outra Criatividade, mais empática e mais humana. Em geral, em júris em outros festivais há olhares muito focados em performance da campanha. Nesta categoria teremos um olhar mais puro, mais holístico. Você coloca a Criatividade como resolvedora de problemas. É contra-tudo e contra todos. É uma categoria de desbravadores, em que as pessoas têm muita intuição criativa e vontade de resolver as coisas. É a categoria mais bonita.
CRIATIVIDADE PARA CONTRARIAR O MOMENTO
Ricardo - O papel da Criatividade é levantar questões. É ter soluções que façam pensar e sorrir. Estamos vivendo tempos sombrios e duros. O poder da Criatividade está em contrariar o momento pessimista. Ela representa brechas de luz na escuridão. Seja para resolver um problema específico ou para vender, a propaganda tem de dar motivos para acreditar. Nosso maior inimigo é o pessimismo e não podemos refletir esse momento. Criatividade é irmã gêmea da coragem. O ato criativo é uma anomalia, mas para isso precisamos de um parceiro de crime, que é o cliente. Muitas vezes não se consegue essa coragem se a relação entre agência e cliente é fraca.
O MERCADO ANTES E DURANTE A COVID
Ricardo - Antes todas as agências pregavam a aceleração da publicidade para o digital. Mas mais se falava do que se praticava. Com a pandemia, tivemos de acelerar a curva de aplicação. Crescemos a velocidade no ritmo de quem produz conteúdo, mas sem perder o craft da propaganda. Tivemos de fazer mais do que falar. Antes, havia uma torcida, uma expectativa positiva para o ano. Agora, a gente torce para terminarmos com força suficiente para embalar 2021. A expectativa é para que essa porra termine. Este será, sem dúvida, o ano mais longo de todos.
MANIFESTAÇÕES SOCIAIS EM MEIO A TUDO ISSO
Ricardo - Acho que as manifestações deste ano já terão reflexos sobre as peças. As manifestações têm de ser pauta da sociedade, não apenas da propaganda. Muitos anunciantes já estão botando a cara, como a Natura com a escolha de Thammy para a campanha de Dia dos Pais. As marcas estão falando de equidade racial, de igualdade de gênero. As marcas se relacionam socialmente. Então, é inevitável que algumas peças tenham mais cunho social.
JÚRI 50/50
Ricardo - No cenário ideal, a propaganda reflete como é a sociedade. Ela tem de se sentir representada. Com um júri 50/50, caminhamos para refletir o que é a sociedade. É um passo maravilhoso. Nossos critérios têm de ser mais plurais. Com um júri composto assim teremos diferentes sensibilidades e todos ganham. Agora, podemos caminhar mais e dar mais passos, trazendo mais profissionais negros. Voltando à categoria Periferia Criativa, acho que ela é um convite para pensarmos mais nisso, mais na pluralidade.