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A magia de Rowling volta a fazer sucesso na Warner
A Warner Bros vislumbra retomar a época de ouro da magia quando Harry Potter e a Pedra Filosofal estreou nos cinemas, em 2001. Quinze anos e oito filmes depois, o universo mágico criado pela britânica J.K. Rowling volta a invadir telas do cinema do mundo todo, mas desta vez sem a presença do bruxo ilustre. A expectativa de um faturamento milionário é sugerida pela performance obtida no primeiro final de semana de exibição de Animais Fantásticos e Onde Habitam, um longa que toma como base o livro homônimo que Harry tinha de ler em seus tempos de Hogwarts, cujo autor é um magizoologista chamado Newt Scamander.
É esse bruxo especializado em animais mágicos e interpretado por Eddie Redmayne que conduz o roteiro assinado pela própria Rowling. Como dito acima, o filme apenas tem o livro de Harry como base, não sendo uma transposição do que está escrito para as telas (o livro é praticamente um guia de bichos extraordinários). Toda a trama é original. É, portanto, uma surpresa para os fãs da autora, que não tardaram a correr ao cinema para conferir as novidades engendradas por Rowling, como mostram os números da bilheteria nos Estados Unidos e no restante do mundo.
Embora não tenha correspondido às altas expectativas do site Mojo (especializado em bilheterias do cinema e que traz o relatório do dinheiro arrecadado por cada produção), Animais Fantásticos foi o longa que mais arrecadou com ingressos nos EUA no final de semana passado, atingindo a soma de US$ 75 milhões. Ele está abaixo do desempenho de outro blockbuster, Dr. Estranho, da Marvel/Disney, que faturou US$ 85 milhões em seu primeiro final de semana (leia mais sobre o filme Dr. Estranho, que ajudou a Disney a bater US$ 6 bilhões em bilheterias neste ano, aqui).
Em outros mercados, o filme amealhou mais US$ 143,3 milhões com a bilheteria do primeiro final de semana de exibição, o que resulta em um montante global de US$ 218,3 milhões. Na comparação com o longa da Marvel, o Mago Supremo, como é conhecido Dr. Estranho, também se saiu melhor, ao menos no primeiro final de semana: foram US$ 355 milhões obtidos mundialmente. Animais Fantásticos, dirigido por David Yates (diretor das quatro últimas produções da saga Harry Potter), teve um custo estimado de US$ 180 milhões. Mojo faz a projeção de que o filme fature nos EUA entre US$ 275 milhões e US$ 280 milhões durante seu período de exibição.
Mas o fato é que a maior parte da audiência americana que correu aos cinemas no final de semana tem mais de 35 anos (55%). Somente 18% do público têm menos de 18 anos, o que pode ser um indicativo do potencial do filme. Afinal, espera-se que uma nova leva de fãs esteja se consolidando. O New York Times aponta que o filme recebeu nota A nas pesquisas do CinemaScore com o público geral, mas essa performance foi melhor com a audiência abaixo de 18 anos, que deu A+. Entrevistada pelo jornal, Sue Kroll, presidente global de marketing e distribuição da Warner, declarou que isso fala bastante do futuro da franquia e sobre uma nova geração de fãs. "As pessoas têm memórias extremamente calorosas dos filmes anteriores de Harry Potter. Por isso, estamos muito felizes com a forma como o público correspondeu a esta história completamente fresca e original."
Fora isso, Rowling anunciou pelas redes sociais que o roteiro do filme já está disponível para compra. O e-book será comercializado pela plataforma Pottermore, responsável pela edição digital do Mundo Bruxo de Rowling (ainda não havia disponibilidade para o título em português). Mas a edição em papel já está a cargo da Editora Rocco, que publicou todos os sete volumes de Harry Potter no Brasil. Isso sem falar do licenciamento de produtos vinculados à nova trama da escritora.
Animais Fantásticos foi anunciado como uma franquia de cinco filmes. Rowling revelou pouco sobre os novos longas. O segundo é aguardado para 2018 e será ambientado em Paris. Neste primeiro filme, que retoma elementos do universo mágico da escritora, Newt Scamander chega a Nova York em 1926 com uma maleta que esconde criaturas mágicas. Alguns desses animais escapam e é preciso recuperá-los. Para isso conta com a ajuda de um trouxa (ou não-maj, na forma como os americanos se referem a quem não é bruxo) e duas bruxas que atuam no equivalente ao Ministério da Magia do país. A história ocorre cerca de 70 anos antes das aventuras de Harry Potter e remete a personagens que aparecem nos filmes do jovem bruxo, entre eles o futuro diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore, e seu oponente, Gerardo Grindelwald, que assombra o mundo bruxo daquela época.