Cannes Lions 2015

O Clubeonline apresenta um bate-bola sucinto e objetivo com todos os jurados que irão representar o Brasil no Cannes Lions, este ano.

Acompanhe abaixo o que tem a dizer Glen Valente, do SBT, nosso jurado em Creative Effectiveness.

1. Nome, cargo e há quantos anos comparece ao Cannes Lions.

Glen Valente, Diretor Comercial e de Marketing do SBT. Vou para Cannes desde 2005.

2. É sua primeira vez como jurado neste Festival? Qual a importância deste convite?

Sim, é a primeira vez como jurado. Fiquei muito honrado com o convite, pois há dez anos eu frequento o festival por acreditar ser o melhor treinamento do segmento. Agora, no júri de Creative Effectiveness terei o desafio de avaliar campanhas de sucesso criativo e de resultados, que é o que a maioria dos executivos de Marketing quer, desde os mais conservadores até os mais ousados. Trabalho para um veículo de comunicação, mas minha história é como cliente. Tenho essa visão dos dois lados.

3. Como você está se preparando para o julgamento? Já viu trabalhos, nacionais ou internacionais, na sua categoria ou em outras, nos quais aposta?

Já avaliei mais de 135 cases da área. São trabalhos muito consistentes, com efetividade de fato, pois as agências já entenderam o peso que um trabalho precisa ter para ser competitivo. A presidente do júri, Wendy Clark, presidente de marketing estratégico da Coca-Cola da América do Norte, está acostumada com números. Se não tiver números consistentes não vai adiante. É uma seleção mais racional nessa área e estou apostando em trabalhos com equilíbrio entre criação e resultados como diferencial.

4. De modo geral, quais suas expectativas em relação ao desempenho do Brasil, este ano, no Festival?

Temos no currículo um grande case, que é ‘Retratos da real beleza’, da Ogilvy para Dove. Essa campanha conquistou o mundo e ganhou Leões em várias áreas. Aprendemos com ela. Acredito que este ano temos três cases brasileiros com possibilidade de nos surpreender com bons resultados na categoria.

5. O Cannes Lions virou um grande Festival, com mais categorias a cada ano e no qual as agências brasileiras investem um grande montante de dinheiro, não só em inscrições, mas também no envio de suas equipes. Você mudaria alguma coisa no Festival, se pudesse?

Acredito que o festival se renova a cada ano, acompanhando as movimentações de mercado. As novas categorias são prova desse trabalho da organização, que está em constante diálogo com todos os players para atender as novas demandas. É um universo amplo e complexo, porque o público do Cannes Lions também é assim e pode programar sua participação no festival da maneira que desejar. O SBT, inclusive, patrocina há três anos consecutivos a categoria de Film Lions. Fomos a primeira emissora brasileira a fazer esse investimento, justamente por acreditarmos no potencial do evento e da categoria.

6. Como avalia a qualidade das palestras e a infraestrutura do evento?

O conteúdo está bem interessante, sobretudo em inovação. Este ano também acredito que teremos boas discussões em encontros inusitados no palco do Palais, entre figuras icônicas da publicidade e do entretenimento.

7. O fato de agora haver um grande número de ‘celebridades’ anunciadas dentre os palestrantes te parece um diferencial atraente?

Acho que hoje buscamos inspiração em tudo. Nos trabalhos globais, na cultura pop, no entretenimento, na música, na tecnologia, no comportamento do público, nos processos de mídia etc. O festival acaba tendo tudo isso e a presença de celebridades é mais um diferencial, pois elas sempre estiveram envolvidas com criatividade e orbitando na publicidade, seja ao endossar mensagens ou atraindo maior audiência e prestígio para as marcas. Pegue o exemplo de Pharrell Williams, que este ano estará em Cannes. Ele é um case. Praticamente tudo que ele põe a mão dá certo. Suas músicas são hits, os artistas que produz despontam, é uma das figuras das mais carismáticas da mídia norte-americana.

8. Recomenda alguma palestra nesta edição do Festival?

Minhas atenções ficarão voltadas para os conteúdos do Lions Innovation, principalmente ao painel do dia 23, que abordará como a revolução dos dados deve impactar a criatividade da indústria.

Leia anterior, com o jurado Fernando Nobre, da Borghi/Lowe, aqui. Todas sobre Cannes aqui.