Cannes Lions 2015

O Clubeonline apresenta um bate-bola sucinto e objetivo com todos os jurados que irão representar o Brasil no Cannes Lions, este ano.

Acompanhe abaixo o que tem a dizer Philippe Degen, da Talent, nosso jurado em Radio.

1. Nome, cargo e há quantos anos comparece ao Cannes Lions.

Philippe Degen, diretor de criação da Talent.

Esta será a minha sexta vez em Cannes.

2. É sua primeira vez como jurado neste Festival? Qual a importância deste convite?

Sim, perco a virgindade este ano.

Acho que ser jurado de Cannes é o ISO 9001 do criativo. Até quem não conhece seu trabalho deve pensar: "Bom, se ele foi jurado, alguma coisa certa ele fez."

Não sei se é meu caso, mas vou na onda (risos).

3. Como você está se preparando para o julgamento?

Do mesmo jeito que toda mulher se imagina casando um dia, eu, como todo criativo, sempre me imaginei julgando Cannes. O que eu iria dizer. Como iria me portar. Será que iria dar alguma gafe? O convite finalmente veio, através de um telefonema do Estadão. E acho que passada a ansiedade inicial, estou bem confiante a respeito. Vou ser eu mesmo lá e perseguir as boas ideias. Esta é uma velha fórmula que não tem erro.

4. Já viu trabalhos, nacionais ou internacionais, na sua categoria ou em outras, nos quais aposta?

Já vi coisas dos EUA, Espanha e do Brasil, claro. Mas o rádio não é uma mídia global, como um simples vídeo no Youtube, e deve existir muita coisa bacana que só vou ter acesso lá.

5. De modo geral, quais suas expectativas em relação ao desempenho do Brasil, este ano, no Festival?

Tenho a sensação de que o Brasil pegou mais leve nas inscrições este ano devido a crise. Mas, se por um lado teremos menos peças, por outro, deverá existir uma seleção natural de ideias, onde só as melhores serão enviadas. Ou seja, quantidade menor com qualidade maior.

6. O Cannes Lions virou um grande Festival, com mais categorias a cada ano e no qual as agências brasileiras investem um grande montante de dinheiro, não só em inscrições, mas também no envio de suas equipes. Você mudaria alguma coisa no Festival, se pudesse?

Vou ser polêmico. Sinceramente, acho que as palestras estão virando um 'merchan' de veículos e agências. Se fosse mudar algo, faria uma curadoria mais cuidadosa.

7. Como avalia a qualidade das palestras e a infraestrutura do evento?

Ano passado senti que a grande atração hoje do Festival são as palestras. E não mais os trabalhos exibidos. Talvez porque, diferente das peças, as palestras não são encontradas na internet. E também porque o público de Cannes transcendeu os criativos. Por isso mesmo, acho que eles precisam prestar mais atenção na curadoria delas e rever a infraestrutura. Muita gente ficava de fora.

8. O fato de agora haver um grande número de ‘celebridades’ anunciadas dentre os palestrantes te parece um diferencial atraente?

Sim, desde que eles inspirem com algum conteúdo, afinal é um festival de criatividade.

9. Recomenda alguma palestra nesta edição do Festival?

Confesso que estou por fora da programação. Dizem que vida de jurado não é fácil, então acredito que este ano vou ter menos tempo pra curtir a programação. Mas a cerveja do Martinez é sagrada.

10. Algo mais?

Rádio pode não ter o mesmo glamour de Mobile ou de outras mídias atuais. Mas a verdade é que não existe mídia velha ou mídia nova. Existe ideia velha e ideia nova.

Então, não se esqueçam do rádio, galera.

Leia anterior, com o jurado Giovanni Rivetti, da New Content, aqui. Todas sobre Cannes aqui.