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Cannes Lions 2016

Grã-Bretanha deixar UE pega publicitários de surpresa

24.06.16

Martin Sorrell estava fazendo malabarismo para dar duas entrevistas em vídeo de uma só vez na manhã desta sexta-feira (24) no Cannes Lions, quando soube, por meio de uma entrevista via Skype, com a Sky TV, que o primeiro-ministro britânico David Cameron havia renunciado, depois de divulgado o resultado do plebiscito no país, que decidiu deixar a União Europeia.

"Isto acrescenta ainda mais incerteza", lamentou o CEO do Grupo WPP, que comentou ter "pregado sua bandeira pessoal de 'permanecer' no mastro."

"No curto prazo, o WPP pode realmente se beneficiar da flutuação do mercado", disse Sorrell. "E 90% da receita da agência vêm de fora do Reino Unido", observou ele. Mas essa incerteza "não é boa para os clientes", defendeu Sorrell. E, acrescentou que, "no longo prazo, a Grã-Bretanha vai sofrer."

A indústria publicitária britânica, que foi esmagadoramente a favor da permanência na União Europeia, fez campanha para persuadir o país a continuar a fazer parte do bloco.

No entanto, nesta quinta-feira (23), 52% dos eleitores optaram pela saída da Grã-Bretanha da UE. Cameron, que fez campanha pela permanência do país, pouco depois, anunciou que iria deixar o cargo em outubro.

Muitos participantes do Festival Cannes ficaram surpresos ao acordar na sexta-feira (24) com a notícia de que seu país havia votado por sair da UE.

"Eu fiquei realmente chocado", disse jurado de uma agência de Londres, que estava envolvido na campanha de Remain que foi veiculada na GB. "Não é o resultado que esperávamos. Eu realmente não sei o que vai acontecer. Eu gostaria de pensar que a força de nossos relacionamentos com clientes-chave significa que não haverá um grande impacto. Mas a incerteza é possivelmente a parte mais prejudicial", lamentou.

Um jurado norte-americano de uma grande rede disse: "Eu estou feliz de não ser o CFO global."

A brasileira Roberta Medina, jurada do Lions Entertainment for Music e VP do Rock in Rio, disse que, embora a Inglaterra seja um país forte o suficiente para resistir à precipitação da sua saída da UE, a sua principal preocupação é que outros países, mais frágeis economicamente, sigam o exemplo da Grã-Bretanha e sofram muito. Sua própria empresa, por exemplo, deixou de fazer um festival de música na Espanha por causa da situação econômica do país.

Leia a matéria do AdAge na íntegra aqui.

Leia tudo no #ClubeinCannes.

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