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Conar

Conselho pede suspensão de campanha da C&A

06.06.08

O Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) pediu a suspensão da campanha “Papai-mamãe não!” da C&A, criada pela DM9DDB, pelo Dia dos Namorados (leia mais sobre a campanha aqui).


Por conta de reclamações de consumidores, o processo foi aberto nesta quinta-feira (5). O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) enviou nesta sexta-feira (06) ao Conselho pedido de suspensão da campanha. 
 
Na avaliação do Idec, a ação contraria artigos do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e do próprio Conar, já que estimula a juventude a um comportamento sexual irresponsável, além de denegrir valores familiares.


O instituto pediu também que o Ministério Público Federal (MPF) e o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) tomem as providências cabíveis com relação à campanha.


Em comunicado, a C&A informa que recolheu todo o material disponível em seus pontos-de-venda e fez alterações nos comerciais de televisão, "em virtude da repercussão gerada pela campanha do Dia dos Namorados"


O texto diz ainda que "em nenhum momento, a C&A teve a intenção de provocar constrangimento".


Sergio Valente, presidente da DM9DDB, reafirma o fato da agência já ter acatado a decisão e de jamais jamais ter tido a intenção de ofender ou provocar alguém. Aliás, ele está certo de que a campanha, de fato, nã agride ninguém. "A campanha é jovial, nada mais do que isso".


Ele também confirma que a agência já providenciou a retirada de encartes das lojas e realizou uma reedição dos três comerciais, mudando a trilha, retirando os trechos protagonizados pela modelo Daniella Sarahyba e focando na promoção em 8 vezes, com 100 dias para pagar a primeira parcela, e na festa realizada pelos jovens, como mostra a imagem ao lado.


"É complicado, porque um pequeno grupo que se manisfesta por não gostar consegue tirar do ar uma campanha, em detrimento de um grupo, provavelmente muito maior, que gosta mas não se manifesta", completa Valente.


A "ousadia" da campanha foi tema de blogs como esse, antes da decisão do Conar.


Maria Helena -  Achei que apelar pro sexo pra este tipo de cliente não muito pensado. Na primeir vez que eu vi o filme na tv pensei logo que ia resultar em conr e acertei na mosca. Já imaginou se uma criança vai com a mãe na loja e pega o encarte e lê sobre orgasmo e posições?? Viva o Conar!!


 river - A primeira vez que vi essa campanha não acreditei. Comecei a repensar minha escolha pela publicidade. Não consegui chegar em nenhuma razão que justificasse essa campanha para C&A. Mas que bom, eu não estava sozinho. Não é questão de censura ou moralismo, é bom senso mesmo.


Sérgio - Achei essa campanha de péssimo gosto e nada criativa. Quando vi pela primeira vez fiquei bastante constrangido e me senti envergonhado por ser da profissão. Como disse nossa amiga, Viva o Conar.


Katia -  "Já que estimula a juventude a um comportamento sexual irresponsável, além de denegrir valores familiares". Voltamos aos anos 50....


Ágatha - Parabéns ao Conar, afinal ousadia NÃO É SINÔNIMO de falta de respeito à sociedade. Que valores são esses que essa marca vende??? Eu como consumidora me senti lesada moralmente e como publicitária, ENVERGONHADA!!!


sandra - Não acho que a pior escolha é pelo sexo apelativo e feio, pobre da campanha, acho que o mau gosto é muito mais grave. A campanha é ruim mesmo.


Primando! - Quando a publicidade brasileira consegue finalmente ousar e inovar em alguma coisa - coisa tão comum lá fora - vem algum desocupado e censura. E chega até a prender gerentes de lojas. O VT e o conceito ficaram ótimos. Eu estranhei mesmo que agora eles cortaram até o lettering


Luciano - Gente, se é p/ sermos puritanos com os EUA, vamos começar a fazer guerra como eles também. Por favor né, nas novelas da Globo, Record, SBT, etc, nós vemos coisas bem que realmente provocam constrangimento.


Aline Martins - eu estava na C&A, num shopping, na seção de moda infantil, com minha amiga e seus filhos. A filha, de apenas 8 anos, pegou o catálogo do Dia dos Namorados da C&A, que estava em um display para o público em geral. No meio do shopping, a menina começou a ler em voz alta dicas de sexo, como, orgasmo, papai-mamãe... Imagine a reação da minha amiga e das pessoas à nossa volta. Se a Zoomp fizesse uma campanha assim, seria fantástico, porque é uma marca adulta e ousada. Mas a C&A, que tem moda infantil e adulta, jamais deveria usar uma abordagem como essa. Há várias maneiras de atingir os adolescentes, como internet, virais, etc., e nunca um catálogo de PDV exposto de forma livre para ser lido pelas crianças. Sou redatora publicitária há 10 anos, e fiquei horrorizada e com vergonha de ter colegas de profissão de tão baixo nível profissional. Espero que a publicidade prime pelas campanhas criativas e inteligentes, porque apelar para o vulgar é um caminho tentador e fácil. Aline Martins aline.marketing@ig.com.br

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