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WWF apresenta Relatório Planeta Vivo
A ONG WWF lança nesta terça-feira (30) a publicação bianual Relatório Planeta Vivo, que procura traçar o cenário atualizado da situação do meio ambiente no planeta, com dados de países de todos os continentes, num balanço sobre a população de espécies e da biodiversidade global.
A diminuição de 60% no tamanho das populações de animais vertebrados selvagens (mamíferos, peixes, aves, répteis e anfíbios) em 44 anos é um dos destaques do novo relatório. Nos trópicos, em especial nas Américas Central e do Sul, a redução chega a 89% desde 1970.
A redução dos animais de água doce no período foi de 83%, devido à superexploração e à perda de habitats.
A publicação é baseada no acompanhamento de mais de 16,7 mil populações de 4 mil espécies, por meio do uso de câmeras, análise de pegadas, programas de investigação e ciências participativas. São utilizadas base de dados de 19 organizações internacionais. O relatório envolve mais de 50 pesquisadores.
De acordo com o relatório, o índice de extinção mostra aceleração para cinco grandes grupos: aves, mamíferos, anfíbios, corais e cycadales (uma família de plantas antigas).
Os cientistas alertam para "uma extinção em massa", uma vez que a taxa de extinção das espécies é de 100 a 1.000 vezes superior a que era há alguns séculos, antes de as atividades humanas começarem a alterar a biologia terrestre.
No Brasil, o desmatamento chegou a 20% na Amazônia e já passou de 50% da cobertura original no bioma Cerrado, impactando a capacidade hídrica do país.
Entre as espécies brasileiras ameaçadas de extinção por conta da perda do ambiente natural estão a jandaia-amarela, o tatu-bola, o muriqui-do-sul e o uacari. A degradação ambiental ameaça o boto.
"A saúde planetária, a natureza e a biodiversidade estão em declínio acentuado, prejudicando a saúde e o bem-estar das pessoas, espécies, sociedades e economias em todos os lugares", informa o relatório, que destaca que o valor anual estimado dos serviços que a natureza presta à economia mundial é de US$ 125 trilhões (confira no vídeo que divulga o lançamento do relatório, abaixo).