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Morre José Zaragoza, aos 86 anos. Velório nesta terça
José Zaragoza, o "Z", da DPZ (atual DPZ&T), morreu na manhã desta segunda-feira (15), em sua casa, no Jardim Europa, São Paulo, aos 86 anos de idade.
Natural de Alicante, Espanha, o publicitário, artista plástico e cineasta nasceu em 14 de julho de 1930. Estudou na Lonja, Escola de Belas Artes de Barcelona. Radicado no Brasil desde 1952, Zaragoza fundou a DPZ em 1968, junto com Francesc Petit, que faleceu em setembro de 2013, e Roberto Duailibi.
"Estou profundamente triste, pois perdi um amigo da vida inteira. Era o maior artista gráfico que eu conheci, dono de uma capacidade criativa desmedida, de um enorme bom gosto criativo, como já não se encontra nos dias de hoje. Zara era um pouco de tudo, inquieto, estava sempre fazendo algo novo. Era acima de tudo um empreendedor. Até os últimos dias trabalhava em seu atelier organizando uma obra vasta e de grande qualidade. A propaganda perde uma referência", declarou Duailibi.
Ao chegar ao Brasil, Zaragoza ingressou na Thompson de São Paulo como diretor de arte. Em 1956, transferiu-se para JWT de Nova York e aproveitou o período nos EUA para estagiar na NBC, em Los Angeles. Em 1958, mudou-se para a Europa, onde viveu e pesquisou em países como França e Itália. De volta ao Brasil, fundou a General Advertising, que depois virou a Nacional de Propaganda. Em 1962, com Ronald Persichetti e Francesc Petit, abriu o estúdio de design gráfico Metro 3, que atendeu as maiores agências brasileiras. Em 1968, como já dissemos, a DPZ foi fundada (período da ditadura militar no Brasil), em meio a incertezas econômicas e com uma proposta de "fazer propaganda brasileira".
Zaragoza foi o primeiro presidente e um dos fundadores do Clube de Criação. Também fundou e presidiu, antes disso, o Clube dos Diretores da Arte do Brasil.
Foi jurado do Festival Internacional da SAWA (hoje Cannes Lions) em 1974 e 1975, em Cannes e Veneza. Foi presidente do Conselho Brasileiro do Cinema Publicitário.
Lançou livros como "Layoutman", "Revisão" e "Olimpíadas". Como pintor, expôs em diversas partes do mundo e no Brasil, inclusive na Bienal de São Paulo, de 1963 a 1967.
Em 2005, realizou uma exposição no Museu Brasileiro de Escultura, "Zaragoza – Meio Século – Revisão", que reuniu seus trabalhos artísticos feitos no Brasil nos últimos 50 anos. Sua última exposição aconteceu no ano passado, com o tema "Olympcs".
Ele era casado com Monique, deixa os filhos Frederic, Diego, Inês e Kitu, e sete netos.
Seu corpo será velado nesta terça-feira, 16, das 9h às 12h, no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, e será cremado em cerimônia reservada à família.