O Espaço é Seu

Qual é a ideia, mesmo?

Einstein entra numa sala com e=mc² embaixo do braço e antes de sua ideia dar vida ao satélite e ao GPS, ela empaca em questões como: "será que ‘c’ é o melhor jeito de representar a velocidade da luz?".

Algumas intermináveis reuniões depois, e a ideia com potencial de descobrir a origem do Universo está mais perto é de virar poeira cósmica.

A moral da história é que nem a melhor das ideias resiste a processos complicados. Mas Londres, com seus layers e layers de burocracia nos clientes globais, regionais, nas networks e nas próprias agências, ainda assim, produz trabalhos excelentes. Por quê?

Uma razão para mim é o exercício extremo da simplicidade. Porque no instante em que a ideia sai da nossa mão ela entra em um ciclo de complicação natural, então é nossa responsabilidade calcular, calcular, calcular até que a equação seja a mais simples possível - já que nem assim ela estará imune a questões menos relevantes.

Na Adam&EveDDB os melhores DC’s levam segundos para julgar se uma ideia tem potencial ou não. Os filmes de Natal de John Lewis de 120" nascem de um parágrafo ou dois. E as pastas que conseguem estágios nas melhores agências não precisam de pranchas longas e mecânicas detalhadas. Precisam de um bom raciocínio, daqueles que fazem gringo de gravata dizer "can’t argue with that".

Minha lição disso tudo é que um tuíte vale mais que mil slides. Ou seja, toda boa ideia é na verdade um argumento tão simples que cabe em 140 caracteres.

Por isso criei o http://twitter.com/IdeasMadeSimple - que explica grandes ideias da indústria em um tuíte.

Um projeto que espero sirva de inspiração para o estudante e dê referências para o profissional, que no meio de tanto feedback e tanta reunião, acaba esquecendo que com 'c' ou sem 'c' energia ainda é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado.

Eduardo Balestra, redator, há 5 anos morando em Londres