arrow_backVoltar

O Espaço é Seu

Um festival X (Alexandre Bassora)

03.04.23

Entre Ss e W, um relato tipo aqueles sandubas com tudo que é possível entre duas lâminas de brioche, só que apenas com recheio de gente. X tudo de gente.

Gente que foi e voltou entusiasmada e repleta de ideias. Teve quem compartilhou o máximo que podia enquanto lá estava - eu. Teve os que aproveitaram integralmente só por si mesmos. Tudo certo. Gente que não foi e gostaria de ter ido. Adoraria ter ido. Tem quem foi e se faz de esperto mais que os outros: já sabia tudo o que por lá foi apresentado e debatido, compartilhado, os super experts. Sábios futuristas, clarividentes de Q.I. elevado.

Teve gente sensível, cientes do imenso privilégio que é poder participar de um festival assim. Gente “bacanuda”, que nem noção sobre o que é ser privilegiado ou não, tem. Tem de tudo, e esse é o charme. Tem quem fura fila para levar vantagem, nem sempre um charme. Essa é a cara do South by, termo usado pelos íntimos descolados.

Se você conta com o mínimo de empatia e abertura ao novo, seja lá o que isso significa, estar em Austin é o lugar certo. Mestre para toda a vida, com Alex Periscinoto aprendi, sem precisar ir ao Texas, e já faz bastante tempo: “mais importante do que te ensinam é o que você aprende”. Pois é, genial, não?

Tem muita fila para tudo? Que saco! Sério? O que dá para aprender com ela? Eu conheci tanta gente bacana e interessante nas filas, que até passei a gostar delas. Mentira. Teve tanta gente no seu entorno antes, durante ou depois dos encontros e palestras, pessoas do mundo todo, diferentes ou quase iguais a você, que com um simples “hi, how are you?”, ou um “beleza, tudo bem?abria portas ou não mudava nada, só tentando para saber.

No lado sul do sudoeste da América do Norte, uma galera se dispôs a criar um modelo de negócio para receber, só este ano, dezenas de milhares de pessoas de mais de uma centena de países, sendo que desses tantos, 2 mil pessoas, aproximadamente, chegaram ao país com o passaporte azul nas mãos. O Brasil, novamente, foi a maior delegação internacional presente.

Evento que tem nome de festival, mas poderia ter outros como: hub, encontro, laboratório, pouco importa o termo. A gente se reúne para aprender, trocar, experenciar, contemplar e, talvez, ensinar também. Para se divertir, fazer negócios ou solidificá-los. Depende. Aliás, depende é a palavra que melhor define, em mim, a experiência no SXSW.

Eu dependo do saber, do conhecimento, da informação e da inspiração, da energia viva da troca presencial de pensamentos e opiniões com pessoas, do falar e, principalmente, ouvir, da novidade e do consolidado ao mesmo tempo, para ser quem eu sou. Se você me perguntar se eu vou avistar novamente, em março de 2024, o imponente prédio que sedia a capital texana outra vez, eu digo: 'depende'.

Alexandre Bassora é fundador e CEO da Audaz

Leia anterior da seção "O Espaço é Seu", aqui.

O Espaço é Seu

/