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Jane Fonda: somos a última geração que pode salvar o mundo
"Somos a primeira geração sentindo efetivamente os efeitos da mudança climática e a última que pode mudar isso", disse a atriz e ativista Jane Fonda no painel "Hollywood and Activism: Insights from Jane Fonda, David Fenton, and Sweeta Chakraborty", na quinta-feira, 14, no SXSW 2024. Entre os problemas enfrentados, além das elevadas temperaturas e queimadas, ela citou a crise de dengue no Brasil, que se prolifera através de um mosquito.
Citando nomes e empresas, principalmente as de combustíveis fósseis, ela falou sobre as mentiras contadas ao longo dos anos, através da comunicação, e lembrou que eles sabem há décadas que chegaríamos onde chegamos, mas não fizeram nada. "Para mentir para a gente eles contrataram as mesmas empresas que a indústria do tabaco utilizava para nos convencer que o cigarro não fazia mal. Vocês não ficam furiosos? Espero que essa raiva mova vocês", declarou.
Jane Fonda é uma das ativistas a frente do movimento "Fire Drill Fridays" , junto com o Greenpeace, criado em 2019 para reunir jovens, líderes indígenas, especialistas em clima, cientistas, celebridades e defensores do planeta para exigir atitude dos líderes políticos em relação à emergência climática. Também fundou o Jane Fonda Climate PAC, com o objetivo de derrotar aliados políticos da indústria de combustíveis fósseis. Entre os livros que escreveu está "What Can I Do: My Path from Climate Despair to Activism". Ela diz que estar ativa a ajuda previnir a depressão. "Você conhece pessoas, se sente fazendo algo pelo coletivo e descobre que o ativismo também é divertido", diz. E urgente.
A arte, segundo ela, é um caminho muito importante para comunicar e engajar. Um exemplo é a música "World on Fire" (ouça aqui), de Dolly Parton, cantora e compositora norte-americana considerada uma lenda do country music. "Escrevam poesia, músicas, façam filmes, esculturas, o que puderem para contar o que está acontecendo e engajar as pessoas. Temos as informações, temos tecnologia, precisamos de criativos", convocou ela.
Autor de "The Activist's Media Handbook" (Earth Aware Editions, 2022), o comunicador climático e ativista David Fenton lembrou que, para combater as mentiras e a 'prostituição' da indústria de combustíveis fósseis para com os políticos "é preciso criar conteúdo para chegar às pessoas pelo celular". Ele afirma que existem bons jornalistas tentando fazer esse papel da forma correta, mas as empresas de mídia estão intimidadas. "É desculpa dizer que o jornalismo tem que ouvir os dois lados, para dar espaço para as mentiras contadas por quem está por trás das grandes empresas de combustíveis fósseis. Não há dois lados quando falamos de comprovação científica e de física", alertou.
David Fenton lembrou que, obviamente, teremos que realizar mudanças significativas na vida e que, claro, precisamos de um tempo de adaptação. Tempo esse que está se esgotando. Mas não teremos uma vida miserável, como tentam dizer as companhias petrolíferas.
Além de juntar gente e aumentar a comunidade de ativistas mundo afora, eles lembram que o voto é outra ferramenta importante. "Dependendo do presidente que entrar, vai ficar muito difícil lutar pela emergência climática. Mas não vamos parar. Votem pensando nisso", pediu Jane Fonda, lembrando das eleições presidenciais dos Estados Unidos neste ano.
O painel foi mediado por Sweeta Chakraborty, North America CEO da ONG We don't have time que também fez um apelo: "se quisermos ter um mundo no futuro que seja justo e igualitário, precisamos nos unir e lutar."
Leia aqui sobre o painel brasileiro "Bioeconomy: Thriving in the Amazon Rainforest" que também tratou do tema.
A cobertura do SXSW 2024 pelo Clubeonline é um oferecimento exclusivo da Corazon Filmes (@corazonfilmes).