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Como construir uma marca de forma transparente?
Pedro Cruz, Chief Operating Office (COO) da Giovanni+DraftFCB, apresentou nesta terça-feira (23), o estudo "Trustparency - build a natural brand", realizado pela agência em parceria com a Resulta CNP.
O objetivo era investigar, de maneira aprofundada, o tema "confiança".
"Sempre comento sobre a importância de haver dentro das agências brasileiras um nível de produção e de pensamento que transcendam o oportunismo e a oportunidade de vender. Além de parceiros estratégicos de nossos clientes, temos de ser pensadores neste 'metier'. Se não refletirmos sobre como será o mercado daqui a alguns anos, quem fará isso? Essa é a proposta deste estudo, a de aprofundar inúmeras questões e de convidar à reflexão", defendeu Cruz.
Durante um ano, o estudo procurou entender a relação do ser humano com o tema "confiança", investigando as nuances relacionadas ao tema, verificando como esse valor impacta as relações pessoais e, em um segundo momento, analisando a relação de confiança entre marcas e pessoas.
O estudo, realizado no Brasil, tomou dimensão global ao contar com a colaboração de mais 10 escritórios internacionais do grupo DraftFCB: nos EUA, Índia, Filipinas, Líbano, Jordânia, China, Nova Zelândia, Arábia Saudita, Egito e Síria. Foi utilizado o método ZMET, desenvolvido pelo Dr. Gerald Zaltman, da Harvard Business School.
Cruz iniciou a apresentação contextualizando o que chamou de "novo mundo", um universo mais "aberto", colaborativo, sem fronteiras, inovador, segundo ele. "São 294 bilhões de e-mails por dia, 250 bilhões de fotos diariamente postadas no Facebook. Vivemos em um mundo com excesso de informação, por isso, é necessário fazer uma certa 'curadoria' do que é ou não relevante e confiável", apontou.
Se por um lado o mundo criou um espaço inédito para o diálogo, mesmo que superficial, e para a inovação, com a evolução tecnológica essa "aceleração" abala a base dos relacionamentos, o que gera uma "crise de confiança". "Não é nossa capacidade de confiar que diminuiu, mas é esse 'novo mundo' que nos desafia", apontou.
De que maneira, então, as marcas podem conquistar a confiança dessas pessoas, mais desconfiadas do que nunca? "Sendo naturais e transparentes, autênticas e espontâneas, sem medo de assumir seus erros e imperfeições, em áreas que a marca pode errar. A marca não pode querer ser perfeita em tudo, mas deve buscar excelência naquilo que se propôs, de forma transparente", defendeu Cruz, com base no estudo.
A pesquisa aponta que a naturalidade e espontaneidade são fatores importantes para a construção da confiança. As pessoas têm dificuldade em confiar em marcas que se mostram "perfeitas demais."
A naturalidade dá indícios de que a pessoa (ou marca) não tem nada a esconder, segundo apurado pelo estudo. Diversas marcas atualmente vão na contramão desse aprendizado, buscando construir uma imagem cada vez mais "impecável" aos olhos dos consumidores e, portanto, artificial.
A essência de uma marca passa pela sua habilidade de dialogar e se relacionar com a sociedade. Com um mundo cada vez mais colaborativo, transparente e digital, a forma como as marcas se relacionam com os seus consumidores passa a ser vital para o presente e futuro do negócio. Hoje, o assunto relacionamento com o consumidor vai muito além de fazer com que a marca seja entendida, está além da inovação do produto, da estratégia de atendimento e do modelo de negócios, observou Cruz.
Segundo o estudo, a confiança está intrinsecamente relacionada às marcas que possuem e honram um propósito, está muito mais relacionada à "consistência e veracidade das ações do que à ideia do que é moralmente certo ou errado".
Cruz também afirmou que "ser confiável é diferente de ser altruísta", ou seja, "as marcas não podem omitir seus interesses comerciais na sua relação com o consumidor, caso contrário, a relação já começa sem transparência."