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Zuckerberg admite erros ao Senado e vai à Câmara nos EUA
Por mais de cinco horas desta terça-feira (10), Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook, ofereceu explicações ao Senado norte-americano sobre como a rede social reagiu ao vazamento de dados de 87 milhões de pessoas pela consultoria política Cambridge Analytica.
Como já havia reconhecido em um post na sua página no Facebook (leia aqui) e depois em anúncios para jornais (aqui), Zuckerberg admitiu logo no início da audiência, realizada com os comitês de Justiça e do Comércio, Ciência e Transportes, que a empresa errou no episódio e que isso impactou a confiança do público no Facebook. “Nós não fizemos o suficiente (para evitar o uso dos dados). Foi erro meu, e eu sinto muito", disse, estendendo um mea-culpa em relação a questões como "fake news, interferência estrangeira nas eleições e discursos de ódio".
Zuckerberg também declarou aos 44 senadores norte-americanos presentes na audiência que a rede social vai investir em medidas para proteger os dados de usuários, e defendeu que "proteger a comunidade é mais importante que maximizar os lucros".
"Não tenho a expectativa de que nada do que diga aqui mude sua visão, mas confio que as mudanças sejam vistas e valorizadas no futuro", respondeu Zuckerberg ao republicano John Thune, que o questionou: "após dez anos dizendo que poderiam ter feito melhor, o que há de diferente na desculpa de hoje?"
O democrata Dirk Durbin, que cutucou o executivo do Facebook, perguntando se ele sentiria à vontade para dizer o nome do hotel onde passou a noite passada ou se diria os nomes das pessoas com as quais trocou mensagens nos últimos dias, defendeu: "É disso que estamos tratando, do direito à privacidade, seus limites, e o quanto se renuncia atualmente em prol de se conectar as pessoas pelo mundo".
A regulamentação de empresas de internet também foi tema de debate. Zuckerberg demonstrou uma mudança de postura em relação ao que defendia no passado, admitindo que devam existir iniciativas para regular o setor e assumindo a responsabilidade pelo conteúdo postado na rede, apesar de ter acrescentado que o Facebook não é um "veículo jornalístico".
Sobre a divulgação de propaganda russa nas eleições de 2016, Zuckerberg defendeu: "tem gente na Rússia cujo trabalho é tentar explorar nossos sistemas. Isso é uma corrida armamentista”. Para tentar coibir a prática, o Facebook alega que está reforçando a equipe: são 15 mil pessoas trabalhando no time de segurança atualmente e a expectativa é aumentar esse número para 20 mil até o fim de 2018.
Nesta quarta-feira (11), o executivo dará o seu depoimento na Câmara dos deputados dos EUA, a partir das 11h (horário de Brasília), diante do Comitê de Energia e Comércio.