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Congresso ANJ

Publishers defendem união do setor para garantir independência

20.08.14


Os publishers de quatro dos principais jornais do Brasil - Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, O Globo e Zero Hora – estiveram juntos, em palestra realizada no encerramento do 10º Congresso Brasileiro de Jornais, nesta terça-feira (19), em São Paulo.



Francisco Mesquita Neto, de O Estado de S.Paulo, afirmou que no atual momento, o mais importante é a união do setor. “Talvez, o que mais prejudicou os jornais no passado foi a forma como eles se apresentam comercialmente ao mercado. Acho que as novas iniciativas vão facilitar o restabelecimento do tripé do mercado, formado por anunciantes, agências e jornais”, afirmou.



João Roberto Marinho, das organizações Globo, defendeu que hoje a percepção predominante é a de que, na “geleia” de informação e desinformação característica do meio digital, as oportunidades são maiores que as ameaças para empresas de mídia com marcas de credibilidade, acostumadas a desconfiar da informação e a checá-la. “Os jornais são grandes exemplos”, disse Marinho.



“A internet significa uma forma diferente de distribuir a notícia. Nunca atingiu o jornalismo na sua essência, na sua integridade”, disse Luiz Frias, presidente do grupo Folha, para quem o principal patrimônio dos jornais continua a ser o pluralismo e a independência.



O modelo de negócio tradicional, que permitiu e financiou o jornalismo independente, é que sofreu abalos, pontuou Frias. Mas esse abalo não deverá perdurar, na visão do executivo. “Os jornais avançaram muito nessa busca por modelo correto de negócios. Há experiências exitosas, aqui e lá fora, de que podemos construir carteiras de assinantes que poderão ser maiores que as do passado”, afirmou, fazendo referência ao paywall. Ele afirmou ainda que a Folha tem hoje 150 mil assinantes digitais.



Para Nelson Sirotsky, presidente do conselho de administração do grupo RBS, a união dos jornais hoje é importante por buscar o fortalecimento da independência financeira do meio que, em última análise, "sustenta a independência editorial, a pluralidade e a democracia brasileira."



“Quando nos unimos para reforçar a relevância do meio e criamos ferramentas para garantir a independência econômica, estamos garantindo de certa forma a liberdade de expressão. Nossos veículos vêm perdendo ano após ano participação no bolo publicitário. Estamos próximos de sair dos dois dígitos. Precisamos reverter essa situação”, disse. “Por isso, este é sim um momento histórico, que exige medidas concretas para assegurar a continuidade econômica das nossas atividades e, como conseqüência, do bom jornalismo”.



Leia mais sobre as iniciativas da ANJ com o objetivo de fortalecer o meio jornal aqui.


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