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Além do Japão

Dentsu quer mudar percepção do mercado e busca novos clientes locais

04.11.14


A Dentsu está completando um ano de reformulação que teve início em sua área criativa e, pouco tempo depois, tomou a agência toda. Ela é marcada pela chegada de Mario D’Andrea (ex-Loducca, JWT e Fischer, entre outras), em meados de outubro de 2013, inicialmente como vice-presidente de criação – e que dois meses depois assumiu a presidência da agência, com a saída de Renato Loes.



Além de simplesmente comemorar a conclusão de um ciclo e das mudanças estruturais – que englobam a contratação ou nomeação de nove profissionais em cargos-chave, muitos deles recém-criados, e modificações físicas buscando maior integração e sinergia de equipes –, a Dentsu aproveita para celebrar os cases que colocou na rua durante o período,  que servirão de vitrine para a segunda fase prevista de mudanças: a de percepção do mercado em relação à agência.



“Desde o primeiro dia, um dos nossos objetivos era fazer com que o mercado olhasse para a gente de maneira diferente, tentando derrubar aquela imagem de ‘uma agência japonesa que só atende clientes japoneses. Mas não adiantava a gente querer falar sem ter o que mostrar. Agora, depois de uma série de modernizações e modificações, estamos prontos para essa nova etapa. E já vemos resultados: estamos sendo convidados para concorrências sem bater na porta de ninguém, o que não acontecia antes”, defendeu D’Andrea.



Entre as principais novidades na equipe estão a contratação de um head de digital (Fernando Bacellar), um diretor de criação como braço-direito do presidente (Filipe Cuvero), um head de design (Christian Faria) e até um reforço vindo diretamente da Dentsu Japão, que assume como head de inovação: Kojiro Tanoue. Já entre as mudanças estruturais houve a derrubada – literal – de paredes que separavam departamentos como criação, planejamento e tecnologia, além do maior aproveitamento do Dentsu Aegis Group para explorar ferramentas de mídia e o intercâmbio de processos.



“Com isso, colocamos 12 campanhas e 28 filmes na rua durante os últimos 10 meses. E com uma característica especial: nos aproximamos muito dos nossos clientes. Essa é a parte boa de ser uma agência média (a Dentsu tem atualmente cerca de 80 funcionários): nós podemos participar mais do negócio dos nossos clientes, estar com o dedo no pulso deles o tempo todo”, acredita D’Andrea.



O presidente da Dentsu diz que, apesar de ter planos de crescimento, não sofre nenhuma pressão das lideranças de Japão e Nova York por metas pré-estabelecidas. “Temos total liberdade para decidir para onde crescer. Eu só preciso cumprir aquelas metas que prometo”, comenta. E para 2015, “agora que estamos com a casa toda arrumada”, como diz, ele promete “um crescimento absurdo”. Outro plano é investir na participação de premiações a partir do ano que vem.



Entre os cases recentes destacados por D’Andrea estão trabalhos para o Toyota Etios e Hilux, Sazón, Canon e Cup Noodles. As primeiras contas “não-japonesas” que integram o porftólio terão campanhas lançadas em breve. Esses clientes são Sonda Supermercados, Uninove e a empresa de concessão rodoviária Arteris.


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