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não-sei-no-que-isso-aqui-vai-dar-só-sei-que-tô-dentro (Pat Leme e Zé Luiz)
“Estamos vivendo uma revolução.
Difícil entender uma revolução quando a gente está vivendo ela.”
Jorge Furtado.
Se você é de criação e acha que o Rio Content Market é um evento para o pessoal de produtoras e canais, a frase acima de Jorge Furtado é um convite para mudar de ideia.
Além de ser no Rio, ter vista para a praia, biscoito Globo e Sorvete Itália à vontade (leia-se GRÁTIS), teve muita coisa aqui pra se deliciar.
Todo ano o Rio Content Market traz um grande nome da área de criação: criadores/roteiristas do naipe de David Chase ("Sopranos"), Gideon Raff ("Hatufim", "Homeland"), Mark Gatiss (co-criador de "Sherlock" e roteirista de "Doctor Who") e os criadores da série infantil "Phineas e Ferb".
Neste ano, tivemos o Cary Fukunaga (diretor de "True Detective") junto com o diretor de “O Sexto Sentido”, M. Night Shyamalan. Também teve o brilhante Jorge Furtado, palestra com Cao Hamburguer e keynote do Porta dos Fundos.
Foi bom demais ouvir cada um falando sobre processo criativo, pitching de ideias, as dificuldades que enfrentam, como funciona cada writer’s room, modelo de negócios, desafios da audiência conectada, o futuro da televisão e discutindo se o vestido era branco, dourado ou azul (é, rolou essa discussão).
Como em todo ano, lá estava o YouTube, sempre inspirador, mostrando os “Youtubers” bombando tanto que deu uma vontade na gente de pegar o celular e começar a fazer uma série ali mesmo, sentadinhos na plateia. Eles mostraram uma pesquisa da revista Variety com as 10 personalidades mais influentes entre jovens de 13 a 18 anos e o resultado é um espanto: 8 são “youtube celebs” de quem a maioria ali na sala nunca, jamais ouviu falar (os 5 primeiros colocados são youtubers, e Jennifer Lawrence só aparece em 7º, coitada). Impressionante como a distribuição digital de conteúdo, que não tem horário marcado para assistir, abre um novo universo de possibilidades e desafios para criadores, produtores e anunciantes.
Outra discussão muito interessante, que também envolve criação, aconteceu na palestra da Freemantle, que levantou a pergunta: “sendo o Brasil um país tão criativo, por que não exporta formatos audiovisuais?” Um silêncio tomou a lotada sala 1 (a maior do evento).
Aliás, falando em formato, vamos aos campeões: os israelenses da Armoza Formats, Keshet e Dori Media Group, contando como usam a criatividade para driblar todos os aspectos negativos que, além de muitos, são imutáveis. O país é pequeno, a população é menor que a da cidade de São Paulo, a língua é complicada e a grana é curta. Era para eles nunca abrirem um Final Draft na vida. Mas como bem defendeu Ana Paula Epstein, da Armoza Formats, a busca incessante pelo novo somada a um estômago de avestruz para correr riscos é o que torna o país o terceiro exportador de formatos audiovisuais, só perdendo para os EUA e UK.
E como em toda edição, teve um painel dedicado à publicidade e Branded Content (aqui). Além de grandes cases apresentados pelas agências, Carlos André Eyer provocou a plateia dizendo que o pessoal de criação tem que se preocupar menos com autoria para funcionar mais como um gestor de marcas, permitindo que ideias venham de diversas fontes.
Foram 3 dias e dezenas de palestras, milhares de pessoas discutindo o que vem por aí mas, acima de tudo, o evento tem sempre uma vibração muito bacana. Algo como “não-sei-no-que-isso-aqui-vai-dar-só-sei-que-tô-dentro”.
Por isso, ano que vem, tente colocar o Rio Content Market na sua agenda e vá com a cabeça aberta.
É muito bom discutir o futuro, que ninguém sabe qual é.
É muito divertido fazer previsões precisas que vão mudar semana que vem.
É muito inspirador saber que não existem regras para uma ideia realmente dar certo e ganhar o mundo.
É, a gente não entende mesmo uma revolução enquanto está vivendo uma.
Por Pat Leme e Zé Luiz, sócios na Bada Bing Geração de Entretenimento