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As impressões de Leo Macias
Sou fã do Art Directors Club New York desde que fiz meu primeiro estágio em uma agência. Lembro que os livros dele eram tratados com veneração total: "lave as mãos antes e tome cuidado ao passar as páginas". Lembro até hoje que eu escutava isso sempre.
Depois de alguns anos, a vida me dá a oportunidade de ser jurado de Advertising no ADC, e, ao me ver no meio dessa responsabilidade tão incrível, lembrei do que sempre ouvi, ou seja, lavei as mãos em respeito a essa história e fiz questão de avaliar cada ideia com muito cuidado. Ao final, logo mais, todas essas ideias fantásticas, que se destacaram aqui nesta semana, vão estar em um livro, que será reverenciado mais uma vez.
O julgamento do material foi na Costa Rica, e não em NY, como supostamente deveria ser. O motivo da escolha do lugar é uma maneira de inspirar os jurados, dar-nos a oportunidade de ver a vida de maneira mais craft, mais handmade.
Durante esta semana, aqui, algumas coisas me chamaram muito a atenção. Uma delas foi a composição do júri. Tinha ao meu lado o megadiretor de conteúdo da Red Bull. Sim! Era um cliente olhando nos mínimos detalhes a qualidade da ideia e da produção de tudo. Foi o cara que criou, entre outras coisas, o projeto Stratos, que fez uma pessoa pular de paraquedas de uma cápsula, na estratosfera.
Tinha uma coreógrafa que trabalha criando e produzindo peças de teatro, cinema e publicidade, uma verdadeira criadora de conteúdo. Tinha lendas da propaganda, como o Rick Royko, que, depois de ter criado alguns dos clássicos da propaganda, se aposentou e hoje é dono da mais respeitada escola de criatividade dos Estados Unidos.
Tinha também o Philippe Meunier, que é dono da Sid Lee, uma das "agências" (não sei se o modelo de negócio dele se enquadra como agência) mais criativas do mundo.
Tinha o David, dono da megapremiada agência David&Goliath. Enfim, tinha uma mistura de talentos muito interessante para julgar, opinar, argumentar, que, aliás, foi a melhor parte.
Outra coisa que me chamou muito a atenção foi a oportunidade de julgar categorias fantásticas, como video music, soundtrack, title design, visual effects, categorias que nunca tinham sido avaliadas num festival e que, de fato, são absurdamente relevantes para as nossas ideias.
Só para ter uma noção, o nível de excelência era tão alto que aquela abertura incrível feita em nanquim preto para a série Marco Polo, da Netflix, pegou um suadíssimo bronze.
O prêmio não se destaca pela quantidade de troféus entregues, ao contrário, este ano houve ao todo algo como 50 peças premiadas, muito pouco se compararmos com outros festivais; porém, isso deixa o prêmio muito mais interessante.
O anuário do ADC, que tem quase 100 anos e que deu origem a tantos outros prêmios, tem como bandeira não só destacar ideias que nos ajudem a enxergar o futuro do nosso mercado, mas também a bandeira de não deixar apagar a chama da arte que está presente em todas as expressões no nosso negócio.
Foi uma semana muito intensa e muito enriquecedora, ao mesmo tempo. Oportunidades como essa não acontecem todos os dias.
Agora é só esperar para ver o resultado impresso no livro, logo mais (sim, antes vou lavar as mãos!).
Leo Macias, diretor de criação da DM9DDB