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Coca-Cola tenta desviar o foco das calorias
A Coca-Cola está apoiando a seguinte solução para a crise de obesidade: para manter um peso saudável, fazer mais exercícios e se preocupar menos com o corte de calorias.
A gigante de bebidas fez uma parceria com cientistas que estão passando essa mensagem adiante, por meio de revistas médicas, em conferências e nas mídias sociais.
A Coca-Cola oferece apoio financeiro e logístico para uma nova ONG, chamada Global Energy Balance Network. A organização defende a ideia de que os "norte-americanos são excessivamente obcecados com o quanto eles vão comer e beber, enquanto não prestam atenção suficiente nos exercícios físicos."
"O foco principal na mídia popular e na imprensa científica é, 'Oh, eles estão comendo demais, comendo demais, comendo demais' - culpando o fast food, as bebidas açucaradas e assim por diante", comentou o vice-presidente do grupo, Steven N. Blair, em vídeo que anuncia a nova ONG. "E não há praticamente nenhuma evidência convincente de que, de fato, esta é a causa."
Especialistas da área de saúde retrucam que esta mensagem é enganosa e faz parte de uma iniciativa da Coca-cola para desviar as críticas sobre o papel dos refrigerantes no aumento da obesidade e da diabetes tipo 2.
Eles alegam que a companhia está usando a organização para convencer a sociedade de que a atividade física pode contrabalançar uma dieta não saudável, apesar das evidências de que os exercícios têm um impacto mínimo sobre o peso quando comparado com o consumo de alimentos e bebidas.
Esse conflito ocorre em um momento de crescentes esforços nos EUA para taxar bebidas açucaradas, tirá-las das escolas e impedir que as empresas mantenham propaganda dirigida às crianças.
Nas últimas duas décadas, o consumo de bebidas com alto teor de calorias pelo norte-americano médio caiu 25%.
Com The New York Times.