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Marcas, aceitem que vocês são marcas
Boom de redes sociais, boom de marcas querendo se enquadrar. Desculpem-me marcas, mas vocês são marcas. E vocês precisam se aceitar como tal. Não adianta copiar a linguagem que as pessoas usam. Ok, vocês querem se inserir. Nada demais nisso. O sonho de toda marca é estar dentro do universo das pessoas. Acontece que, infelizmente, você é uma marca. Você não é, nem nunca vai ser, uma pessoa. Não adianta. E não há nada de errado nisto. Se você tentar fazer o que as pessoas fazem, vai soar estranho sim. Muito estranho.
Não se trata apenas de se apropriar do meme do momento. Sua marca pode tentar, e pode dar certo até certo ponto. Pode dar certo para certos tipos de pessoas. Mas estas pessoas não são os seus clientes. Podem apostar em mim. Esta apropriação não vem das redes sociais. Ela vem dos primórdios da propaganda. Desde que eu me entendo por gente, vejo marcas se aproveitarem do valor de "celebridades", por exemplo. Não vejo diferença nenhuma entre usar a "celebridade" do momento e copiar um meme da internet. Especialmente, do Twitter. O que tem de errado até aí? Nada. Nada mesmo. O que tem de errado é a pertinência. O que tem de errado é o aproveitar por aproveitar.
Não é porque está bom na internet que vai ser bom pra sua marca. Não deixe sua marca se passar por "tiozão do churrasco". O Leonardo Boff disse que a internet deu voz a uma legião de idiotas. Não há como negar. Há como pedir pras marcas não caírem nessa. Há hora de falar, há hora de se calar. E passou da hora das marcas aceitarem que não são pessoas. As marcas, sim, têm muito o que oferecer aos seus consumidores. Mas, por favor marcas, parem de achar e de se comportar como se fossem pessoas. Quanto mais vocês tentam, mais feio fica pra vocês.
Ao meu ver, cabe às marcas assumirem o papel de marcas. Em uma marca eu não procuro o linguajar igual ao meu. Procuro o que a marca tem a me oferecer. Me traga algo de bom e eu serei seu cliente.
Vocês, teoricamente, têm dinheiro. Então, como vão usá-lo? Acredito que valha bem mais gastar o que vocês podem, pra me proporcionar uma experiência boa, do que um post descolado. Naturalmente, ambos andam lado a lado. Uma boa experiência vira um bom post. E o melhor: um bom post criado por um de seus consumidores por vontade própria.
Marcas, vocês não são pessoas. E, repito, não há nada de errado nisto. Não se aproximem dos seus consumidores como o "tio do churrasco" se aproxima das amigas do filho. Não sejam o "Tio Sukita". Proporcionem o churrasco.
Como publicitário mordido pelo próprio veneno, sei bem do que falo e observo.
Trocando em miúdos:
Viu a marca x usando o meme da diferentona? Vergonha alheia.
Vamos ao churrasco da marca x? Vamos.
Leo Henrique, redator freelancer