IPO

Na dura competição pela atenção do usuário desde o lançamento do Instagram  Stories e agora pela nova função do WhatsApp, equipado com uma ferramenta de fotos e vídeos temporários (o Status), o Snap entra em nova fase a partir da sua IPO. Com sua entrada na bolsa, com papéis a US$ 17, nesta quinta-feira, 2, na abertura da bolsa de Nova York, a empresa tinha um valor de mercado estimado em US$ 24 bilhões. Horas depois, com o interesse dos investidores crescendo significativamente, as ações tiveram alta, passando a US$ 24. A cotação da empresa, então, subiu a US$ 33 bilhões. Esse montante, equivalente a R$ 99 bilhões, estaria acima do valor da Telefônica no Brasil, comparou o site do Valor (confira aqui). 

A oferta inicial de ações em US$ 17 já estava acima do previsto inicialmente, quando se dizia que os papéis ficariam entre US$ 14 e US$ 16. Segundo o Wall Street Journal, antes o valor da companhia estava calculado em US$ 17,8 bilhões. Serão colocadas um total de 200 milhões de ações. Delas, 55 são propriedade dos fundadores e dos principais dirigentes. É o maior ingresso na bolsa de uma empresa americana desde o Facebook, em 2012.

Oficialmente, o Snap – nome assumido no ano passado pela companhia que lançou o aplicativo Snapchat e é dona dos óculos Spetacles (saiba mais aqui) – se qualifica como uma “empresa de câmera”. É essa a descrição disponível em seu site. Ela não se vê como uma rede social. Para o Snap, ao “reinventar a câmera”, a corporação está oferecendo ao mundo grandes oportunidades de melhorar o modo como as pessoas vivem e se comunicam.

Dias antes da IPO, havia quem estimasse que o poder de atração do Snap estava decaindo, ante o fato de os esforços do Facebook em seu campo de atuação – o das mensagens temporárias – estarem ganhando peso, vide o Instagram Stories e o Status do WhatsApp. Mas outros especialistas enxergam na plataforma uma aposta segura para investir, ainda que o modelo de negócios gere especulações. Seu faturamento vem da publicidade e das parcerias de conteúdo feitas com outras empresas.

No site MarketWatch, destacam-se alguns dados para possíveis investidores (leia mais aqui). O Snap reportou ter 158 milhões de usuários diários ativos no final de 2016, com uma média de 2,5 bilhões de snaps sendo criados diariamente. A maior parte do público da plataforma tem entre 18 e 34 anos. Usuários com idade inferior a 25 são os mais ativos, acionando o app mais do que 20 vezes ao dia e dedicando 30 minutos diários aos snaps. Mas a própria empresa reconhece que o acirramento da competição vem impactando no comportamento de sua base.

A receita do Snap em 2016 foi de US$ 404,5 milhões, com 98% desse montante vindo da publicidade. A companhia está em crescimento: tem hoje 1.859 funcionários, contra 600 em 2015.

(Atualizado às 17h35)