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O que pensam os jurados - Mario Narita (Narita Design)
Jurado brasileiro no Design Lions, Mario Narita, da Narita Design, observa que a categoria abrange várias áreas, de “ilustrações a instalações”, o que torna desafiadora a análise de peças. Criada em 2008, a premiação já conferiu GP para um case de identidade visual, outro de tipografia, para um relatório de sustentabilidade e, no ano passado, foi para uma campanha que mostrava a importância da eletricidade no cotidiano.
O case “Life is Electric”, da Dentsu Tokyo para a Panasonic, mostrava diferentes formas de atividade que geravam energia, armazenada em pilhas da marca (clique aqui para mais detalhes; o vídeo está mais abaixo). Foi o primeiro Grand Prix conquistado pelo Japão, um país que se destaca na categoria entre os mais premiados, junto com a Alemanha (que tem dois GPs).
O Brasil vem mantendo boa participação em Design nos últimos anos. Em 2016, foram sete Leões (uma Prata e seis Bronzes – veja aqui os ganhadores), mesma quantidade do ano anterior. Em 2014, apenas três cases saíram vencedores. Porém em 2013 foram 10. As expectativas de Narita se mantém positivas, embora a crise vivida pelo país seja um obstáculo a ser considerado. “Apesar do baixo orçamento, acredito na nossa capacidade de criar soluções para contornar problemas”.
Recentemente, um Grand Prix do passado voltou a chamar atenção. A campanha “Life Paint”, criação da Grey London para mostrar a tinta que brilhava na roupa e nas bicicletas de ciclistas apresentada pela Volvo, foi banida no Reino Unido por passar uma “impressão enganosa” (saiba mais aqui). Isso porque o produto não tem o efeito propalado sobre metal, o que o vídeo deixava a entender (uma nova descrição seria publicada, alertando para esse fato).
Entre os critérios para se conquistar um Leão em Design estão: ideia (40% do peso), execução e impacto, os dois com 30%. A categoria é presidida este ano por Sandra Planeta, fundadora da Planeta Design, da Suécia. Para obter mais detalhes de Design, acesse o link do festival.
O Festival Internacional de Criatividade acontece entre os dias 17 e 24 de junho. Confira a composição de todos os júris aqui.
O Clubeonline irá publicar ao longo dos próximos dias entrevistas com os demais jurados do Brasil. Leia o que já saiu: Fernando Machado (Burger King/ Creative Effectiveness), Miriam Shirley (Publicis/ Media), Marcelo Pascoa (Coca-Cola/ Entertainment), Mario D’Andrea (Dentsu Brasil/ Radio) e Celio Ashcar (Aktuellmix/ Promo & Activation).
Para acompanhar o noticiário completo sobre o Cannes Lions 2017, clique aqui.
1. Nome, cargo e há quanto tempo comparece ao Festival de Cannes.
Mario Narita, diretor da Narita Design. Como delegado participei três vezes do Festival.
2. Este ano, júris estão reduzidos, uma decisão para melhorar a qualidade dos debates (de acordo com a organização). Como avalia o papel do jurado? Que desafios ele enfrenta?
Acredito que o papel do jurado é premiar as peças que tragam resultados para uma marca ou um serviço, que emocione, que seja ética e transparente, que celebre a diversidade e que inspire uma mensagem positiva em relação ao futuro da humanidade. Pela primeira vez, atuarei como jurado e, baseado em relatos de colegas que já participaram do júri, o grande desafio será a estafa causada pela grande quantidade de peças a serem avaliadas in loco complicando um pouco os debates que são em uma segunda língua. Porém, com um júri mais reduzido, acredito que a profundidade das discussões será maior.
3. O que já conseguiu acompanhar da sua categoria? Resultados em outros festivais? Tendências da área? Campanhas que têm se destacado no mercado, nas redes sociais e na mídia especializada?
Como a categoria Design abrange várias áreas como on e off line, ilustrações a instalações, poster a websites e assim por diante, é um pouco complicado especificar tendências, pois cada meio tem sua particularidade. No geral, posso apontar que haverá uma macrotendência para a interatividade com outras plataformas, visando fortalecer as ações integradas. Analisando o Festival, acredito que o princípio do design como gerador de resultados efetivos, tangíveis ou intangíveis, será um forte norte para a premiação. Encorajo todas as agências que inscreveram trabalhos a me procurar. Gostaria de ir munido de informações. Ainda tenho uma vaga ideia da quantidade e qualidade dos trabalhos brasileiros inscritos.
4. O que espera da participação do Brasil no Cannes Lions?
Mesmo com a crise que estamos vivendo, espero ver a criatividade brasileira aflorando. Estou analisando as ultimas premiações na nossa área. Percebe-se nitidamente o suporte econômico que outros países têm. Mas, apesar do baixo orçamento, acredito na nossa capacidade de criar soluções para contornar os problemas.
5. Se tivesse o poder de mudar algo em Cannes, tanto na premiação quanto no conteúdo, o que seria?
É prematuro comentar algo a esse respeito. A minha experiência até aqui é bastante positiva. Baseado na votação online e nos direcionais recomendados por eles, percebe-se uma base bem sólida para o julgamento das peças. Eles conseguem mapear favorecimentos tendenciosos ou falta de coerência de um jurado e isso credibiliza ainda mais a idoneidade da premiação.