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Cannes Lions 2017

O que pensam os jurados – Sergio Gordilho (Africa)

08.06.17

Cyber é uma categoria com histórias importantes para o Brasil. Criada em 1998, a premiação conferiu um Grand Prix para o país dois anos depois de seu surgimento. Foi para a AgênciaClick, com “Braille”, para o Banco de Olhos de São Paulo. A conquista foi como Online Ad. Em 2005, mais uma vez um GP vai para uma agência brasileira. A DM9DDB levou seu prêmio por “Reality Advertising”, criado para Super Bonder (Henkel), como Integrated Interactive Campaign. No mesmo ano, a DM9 foi  escolhida Interactive Agency of the Year.

O jurado brasileiro na categoria neste ano é Sergio Gordilho, copresidente e CCO da Africa. Ele aponta que o país costuma ir bem na área e mantém o prognóstico para esta edição. Gordilho fala com experiência. Esta é a segunda vez que integra o júri de Cyber (a primeira foi em 2015).

No ano passado, o Brasil conquistou nove Leões, sendo um de Ouro, três de Prata e cinco de Bronze. Vale ressaltar que o país esteve perto de mais um GP em 2016, com “Magic Words – The unwritten stories”, da AlmapBBDO para a HP. Mas, na hora decisiva, o Grand Prix de Campanha Integrada foi para “Justino”, da Leo Burnett de Madri para as Loterias espanholas (confira os detalhes aqui) - o outro GP foi para "The Next Rembrandt", da JWT de Amsterdã para o banco ING (veja os dois vídeos mais abaixo). Em 2015, foram sete Leões para o Brasil, contra 11 de 2014. Por dois anos seguidos (2013 e 2012), entretanto, o país saiu de Cannes com três Leões. E em 2011 ficou com apenas um.

Sobre tendências, Gordilho afirma que vê como uma marca deste período a valorização das grandes histórias no meio digital. “Grandes histórias estão sendo contadas e grandes histórias vão ganhar. Como o Meet Graham, um ‘super-humano’ que poderia sobreviver a qualquer tipo de acidente, criado na Austrália. É uma campanha que foi lançada logo depois de Cannes e passou o ano inteiro ganhando vários festivais”, diz. Para o CCO da Africa, o mundo está interessado nesse tipo de narrativa. “O meio digital é o meio mais propício para isso acontecer porque tem uma abrangência global”.

Para saber mais sobre a categoria, acesse o link do Festival. Quem preside o corpo de jurados de Cyber neste ano é Colleen DeCourcy, CCO global da Wieden+Kennedy.

Festival Internacional de Criatividade acontece entre os dias 17 e 24 de junho. Confira a composição de todos os júris aqui.

Clubeonline está publicando entrevistas com jurados do Brasil. Leia o que já saiu: Fernando Machado (Burger King/ Creative Effectiveness), Miriam Shirley (Publicis/ Media), Marcelo Pascoa (Coca-Cola/ Entertainment), Mario D’Andrea (Dentsu Brasil/ Radio), Celio Ashcar (Aktuellmix/ Promo & Activation), Mario Narita (Narita Design/ Design), Rafael Pitanguy (Y&R/ Mobile), Gabriel Araujo (Ketchum e Little George/ PR), Claudio Lima (Ogilvy/ Print), Roberto Coelho (Satélite Áudio/ Film Craft), Erh Ray (BETC-Havas/ Film), Diego Freitas (Havas Life São Paulo/ Health & Wellness), Bruno Prosperi (AlmapBBDO/ Outdoor) e Moacyr Netto (W3haus/ Direct).

 

Para acompanhar o noticiário completo sobre o Cannes Lions 2017, clique aqui.

 

1. Nome, cargo e há quanto tempo comparece ao Festival de Cannes.

Sergio Gordilho, copresidente e CCO da Africa. Esta é a segunda vez que sou jurado em Cannes, em ambas as vezes na categoria Cyber.

2. Este ano, júris estão reduzidos, uma decisão para melhorar a qualidade dos debates (de acordo com a organização). Como avalia o papel do jurado? Que desafios ele enfrenta?

Cannes reúne o que melhor aconteceu na indústria da comunicação no ano. Tem muita coisa boa vindo dos quatro cantos do mundo, muita informação. Ter um júri reduzido, de fato, facilita o debate e a dinâmica do processo. É, sem dúvida, uma responsabilidade muito grande para nós, jurados.

3. O que já conseguiu acompanhar da sua categoria? Resultados em outros festivais? Tendências da área? Campanhas que têm se destacado no mercado, nas redes sociais e na mídia especializada? 

Cannes já não é o reflexo do último ano, mas sim o reflexo dos últimos anos. Com isso, é muito difícil dizer uma campanha. Porque você ainda não teve acesso a todas as inscrições que foram feitas. Tem campanhas que estou conhecendo agora pela primeira vez, que estão sendo lançadas, que o primeiro festival que estão participando é o de Cannes. É difícil dizer o que acho do resultado. Além de ser completamente imprevisível, porque em Cannes, além da sua escolha, existe uma discussão e a escolha de um grupo. Então, primeiro a gente tem que entender como esse grupo se posiciona, quais são as crenças, o que eles acham da criatividade. Sem isso estar conversado, fica muito difícil dizer quais são as tendências da área. Uma coisa, sem dúvida, dá para falar. O que vejo claramente como tendência são as grandes histórias contadas no meio digital, que tem que ser usado cada vez mais como um meio, não como finalidade. Grandes histórias estão sendo contadas e grandes histórias vão ganhar. Como o 'Meet Graham', um “super-humano” que poderia sobreviver a qualquer tipo de acidente, criado na Austrália. É uma campanha que foi lançada logo depois de Cannes e passou o ano inteiro ganhando vários festivais. Ela conta uma bela história. Enfim, eu acho  que o mundo está voltando a contar boas histórias e é isso que as pessoas estão querendo ver, ouvir, assistir e escutar. E o meio digital é o meio mais propício para isso acontecer, porque tem uma abrangência global. Todos nós queremos escutar boas histórias, independentemente da língua nativa em que ela foi criada.

4. O que espera da participação do Brasil no Cannes Lions? 

O Brasil sempre vai muito bem, sempre fica entre os cinco primeiros países. O brasileiro gosta de ganhar Leão. Foi o Leão de Cannes que criou e que moldou a nossa ambição, que mostrou que a criatividade brasileira pode ser reconhecida e, mais que isso, mostrou que ela é um grande skill que o brasileiro tem.  O Festival de Cannes coroou a criatividade brasileira. Cyber é uma categoria que o Brasil sempre vai bem. Espero que continue indo esse ano. Tem outras categorias que o Brasil vai melhor e outras nem tanto. Em categorias que têm mais tecnologia, o Brasil não vai tão bem quanto nas demais, nas quais a ideia e a história que tem de ser contada são mais importantes.

5. Se tivesse o poder de mudar algo em Cannes, tanto na premiação quanto no conteúdo, o que seria? 

Seria muita 'metidez' minha querer mudar alguma coisa em Cannes.  Ele é referência, um sucesso absoluto. É o festival que conseguiu se transformar, que conseguiu se atualizar nos últimos anos e continua sendo o expoente dos festivais brasileiros. Mas, se tivesse que citar uma coisa, seria ter mais valorização do trabalho que foi inscrito, porque as grandes ideias estão lá. Os debates são extremamente importantes, mas a gente precisaria de um pouco mais de espaço para expor os trabalhos que estão sendo premiados e os que estão sendo apresentados. É tanta informação, tanta coisa bacana, que no fim nem todo mundo tem tempo de conhecer tudo.

Cannes Lions 2017

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