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Ji Lee: 'Projetos pessoais podem levar ao emprego dos sonhos'
“Projetos pessoais podem levar ao emprego dos sonhos”. A frase de impacto é do designer sul coreano Ji Lee, proferida durante a palestra “O poder transformador dos projetos pessoais”.
Ji, que emigrou do país onde morou durante a adolescência, o Brasil, estudou Artes Plásticas em Nova York. Ele vive nos EUA há 26 anos. No Festival do Clube, contou como seus projetos paralelos ao trabalho formal viralizaram em todo o mundo e o levaram ao mercado publicitário. Atualmente, ao Facebook, onde atua como creative leader há seis anos.
Durante os quatro anos em que estudou na tradicional Parsons School of Design, foi estimulado por professores a pensar em iniciativas próprias. “Tenho desenvolvido meus projetos desde o colégio e a faculdade por diversão. É uma forma de me manter criativo e de me conectar com a minha criança interior”, refletiu. Assim nasceu Words as Image, que enxerga as letras do alfabeto como formas, indo além do seu papel original como sistema de comunicação. Deu tão certo que o projeto acabou virando um livro.
No campo profissional, começou sua carreira em um estúdio fotográfico em Nova York criando relatórios de resultados financeiros para clientes. “Não era muito divertido”, lembra, entre risos. Pensou então que entrar no mercado publicitário poderia ser uma alternativa. “Queria fazer projetos maiores, com mais verbas. Passei a juventude impactado por campanhas como o 'Primeiro Sutiã', eram os anos 80, a época de ouro da publicidade”, relembra.
A transição não foi fácil. Chegou à Saatchi & Saatchi como diretor de arte, onde permaneceu por três anos e não conseguiu emplacar nada. “Todas as ideias eram rejeitadas, porque os clientes sempre queriam algo mais tradicional. Fui ficando com raiva de propaganda”.
Seu inconformismo tornou-se o estopim para a criação do The Bubble Project. Ji Lee imprimia adesivos em formato de balão e colava-os em branco em cima de cartazes, outdoors e outros meios de divulgação. Pessoas então se sentiam provocadas a escrever algo nos espaços. Divertidas, polêmicas ou filosóficas, as mensagens viralizaram e a prática foi copiada em diversos locais do mundo, chamando assim a atenção da mídia. Ji chegou a conceder entrevistas - disfarçado, claro, afinal a atividade é ilegal.
Ao sair da Saatchi, Lee entrou em contato com David Droga, que estava fundando a Droga5, e apresentou seu portfólio repleto de projetos pessoais, afinal, nunca conseguira emplacar uma única ação para anunciantes. Saiu contratado e permaneceu na agência por três anos. De lá foi para o Google e em seguida para o Facebook, onde está até hoje.
Ouvir a intuição e a voz interior para manter a chama da criatividade acesa
Um dos projetos de que mais se orgulha começou de forma despretensiosa. A maior alegria de seu pai, Chan Lee, era levar os netos Arthur e Allan para a escola no Brasil. Quando a irmã de Ji, mãe dos garotos, decidiu deixar o país e retornar à Coreia, o pai deu sinais de depressão. Preocupada, a família se uniu para pensar em uma solução. “Me lembrei que quando éramos crianças meu pai adorava desenhar. Pensei que isso poderia ser grande se ele postasse os desenhos no Instagram, por exemplo”. Teria sido incrível, se o patriarca não tivesse odiado a ideia à primeira vista.
O tempo passou e, quando Astro, filho de Ji, nasceu, o pai foi visitá-lo em Nova York e se encantou pela criança. Durante um jantar, Chan Lee dividiu o pesar por imaginar não ver o neto crescer, afinal, já estava com 75 anos. Quantos ensinamentos poderia deixar de legado às crianças? Este foi o insight para retomar a ideia de Ji Lee, que se transformou no @drawings_for_my_grandchildren, um perfil no Instagram onde o avô desenha e escreve mensagens emocionantes para os netos.
De início, o pai desconfiou, mas acabou se aplicando. Hoje, o perfil conta com 301 mil seguidores, pai e filho abriram uma loja para vender prints dos desenhos e negociam a produção de quatro livros. O maior ganho, no entanto, foi a volta da vivacidade de Chan Lee e a união familiar em torno do projeto. Presentes durante a palestra do filho, Chan Lee e a esposa acabaram aplaudidos de pé.
Projetos paralelos ou profissionais? Os dois!
“Esta é a melhor época para ser um criativo. Você tem a ideia, ferramentas para criar e plataformas tecnológicas gratuitas para promover seu trabalho”, afirmou Ji Lee. Ao final de sua palestra, encorajou a plateia a desenvolver cada vez mais projetos pessoais e arriscou deixar algumas lições como inspiração. “Compartilhe seu trabalho, pois coisas boas acontecem quando você mostra o que faz. Ouça sua voz interior e sua intuição. Elas estão sempre certas. E ter uma ideia não é nada, fazer é tudo. Acredite em si e tire do papel”. Ji Lee saiu do palco ovacionado.
Raissa Coppola
Serviço:
Festival do Clube de Criação 2017
Quando: Setembro, 16, 17 e 18 - 2017
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino
www.festivaldoclubedecriacao.com.br
https://www.facebook.com/clube.clubedecriacao
https://twitter.com/CCSPoficial
#FestivaldoClube2017
Hosted by: Clube de Criação
Temos Shuttle para quem quiser estacionar no Hotel Pullman Ibirapuera
Horário: das 08h30 às 22h30
Trajeto: Pullman / Cinemateca / Pullman
Tarifa especial para o Festival: R$ 35 o período