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No Brasil

FCB investiga medos e a relação das marcas com eles

22.11.17

O medo - característica tão presente na humanidade em todos os tempos - sempre foi motivo de reflexão em diversas áreas do conhecimento. Em alguns períodos de maiores incertezas, como o que vivemos atualmente, é possível enxergar uma exacerbação dessa característica humana, potencializada pelo crescimento da intolerância, surgimento de hackers, bullies, haters, entre outros componentes que alavancam um cenário que pode parecer amedrontador.

Nesse contexto, a FCB Brasil, em parceria com o Coletivo Tsuru e com a Quantas, desenvolveu o estudo "Os Medos que Pairam sobre Nós" (confira na íntegra aqui), que pretendeu entender quais os principais medos que afligem os brasileiros na atualidade e como lidar com eles.

"Ser humano implica em sentir medo, uma das emoções humanas mais difíceis de lidar. Mas, ele também pode ser propulsor de racionalidade e criatividade. Queremos então saber quais os territórios de atuação das marcas que podem ajudar as pessoas a enfrentar seus medos", explica Pedro Cruz, COO e CCO da FCB Brasil.

"As marcas podem fazer muito para ajudar as pessoas a elaborarem seus medos. É possível falar de proteção e saúde, empoderamento e autoconhecimento, educar e facilitar, celebrar e gerar confiança. Porém, poucas marcas e empresas entenderam que podemos trabalhar essa questão do medo como nós, humanos", pondera Marcia Neri, vp de planejamento da FCB Brasil.

Os medos podem ser organizados em grandes blocos, segundo o estudo: os medos primordiais (ameaças aos filhos, medos de predadores, bichos, do escuro, de altura etc) e os medos contextuais (violência, medos sociais - ser traído, ser ridicularizado, falar em público - e medos individuais, como temer fracassar ou enfrentar o novo).

A pesquisa detectou que 78% dos brasileiros têm medo do fracasso e do novo (medos individuais). Esses são os que mais atingem os brasileiros, depois do medo da violência e da ameaça à vida dos filhos.

Além disso, foram investigados os novos medos que atingem a população, aquelas sensações que emergiram com a vida urbano-digital e que ainda nem são nomeáveis. O estudo dividiu esses temores em três blocos.

O primeiro foi chamado de "screen society," que reúne os medos que surgiram em meio à sociedade do espetáculo, como a necessidade de parecer perfeito e feliz o tempo todo, o medo do julgamento dos outros, a artificialidade, o temor de ficar igual a todo mundo. Já o segundo bloco, "info cosmos", traz os medos relacionados à era do acesso, como as angústias do excesso de possibilidade e do desconhecimento frente a tantas informações. O terceiro, por fim, "jelly structure", engloba os medos que surgem com as transformações das grandes instituições, como o temor de ser manipulado, de não saber mais em quem ou em quê confiar ou medo de não ver saída.

A pesquisa também avaliou o papel das marcas - das categorias bancos, automóveis, telecom, internet, seguros e cuidados pessoais - nessa atmosfera. Companhias do mundo digital, como Google, Facebook, YouTube, Instagram e Twitter, são as que atuam mais fortemente numa direção contra o medo, segundo apurado.

Foram feitas mais de 50 entrevistas na rua, entre maio e agosto de 2017, questionários abertos online com mais de 230 respostas, entrevistas com sete especialistas e um questionário final quantitativo com 2.088 entrevistas online, que teve como público-alvo a população brasileira das classes A, B e C, a partir de 13 anos.

A metodologia qualitativa contou com entrevistas com especialistas de diversas áreas, como Psico-Bio-Física, Psiquiatria, Antropologia e Psicologia e Sociologia.

O estudo inspirou ainda a criação de uma peça de teatro, "Kansas", que será lançada em março de 2018, sob a direção da dramaturga Gabriela Mellão - ela participou de todo o processo de pesquisa, acompanhando as entrevistas.

"Os Medos que Pairam sobre Nós" é o terceiro estudo de uma série que busca refletir sobre temas relevantes para a sociedade e que teve início com o Trustparency, em 2012 (leia aqui), que mapeou emoções envolvidas nas relações de confiança e a importância da transparência no discurso das marcas.

Confira a nova pesquisa completa aqui.

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