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Projeto desenvolve música a partir de sons de tiros
Para lembrar o brasileiro que a cada 10 minutos uma pessoa é assassinada no Brasil, o coletivo Unlockers, a Lucha Libre Áudio e o Drac Studio (EUA) assinam a ação "Sinfonia da Violência".
Foram produzidos cartazes especiais em referência a alguns recentes assassinatos cometidos no Brasil, como os de Marielle Franco (38 anos), executada com quatro tiros no Rio de Janeiro; de João Pedro Engels (72 anos), vítima de quatro disparos em São Paulo; e dos cinco garotos assassinados dentro de seu próprio condomínio, na capital fluminense.
Cada pôster foi baleado com o mesmo número de tiros com armas do mesmo calibre das utilizadas em cada das ocorrências.
O som e as marcas dos disparos foram transformadas em partituras e deram origem à "Sinfonia da Violência – a música menos agradável de se ouvir" (assista ao vídeo que apresenta a iniciativa, abaixo).
Segundo as produtoras de áudio, para a composição da música foram usados recursos sonoros que geram reações físicas reais aos ouvintes. A trilha traz também linhas de bateria gravadas por Matt Sorum (Guns N’ Roses e Velvet Revolver).
Por meio do site Sinfoniadaviolencia.com, o público pode testar suas próprias reações diante da sinfonia. O visitante pode ainda conferir os cartazes, ler informações sobre os crimes e fazer doações para entidades que lutam contra a violência no Brasil.
Os cartazes foram transformados em uma exposição itinerante, que já passou por cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. A ideia é que as peças cheguem a Brasília, junto com um convite para que o Ministro da Segurança Pública se junte à causa.
"Este experimento musical foi criado para tirar as pessoas da inércia atual diante da violência no Brasil. Para isso, aliamos os barulhos reais de disparos, sons de baixa freqüência, dissonância musical e outros elementos que comprovadamente resultam em sentimentos como ansiedade, tensão e medo – sensações que deveríamos ter diante de situações de violência como as que vivemos e não temos mais", pontua Paulinho Corcione, sócio e produtor da Lucha Libre Áudio.
O projeto contou ainda com a consultoria do médico Dr. Roberto Hirsh, neurologista do hospital Albert Einstein.