Cannes Lions 2018

O que pode acontecer quando dois experientes profissionais, um ex-executivo com o maior salário de sua indústria, e um respeitado jornalista com mais de 40 anos falando sobre os bastidores do mundo dos negócios, se sentam em um sofá, em frente a uma plateia cheia e sedenta por saber sobre as acusações que levaram ao desligamento do primeiro?

Autor de 11 livros, entre eles o recém-lançado "Frenemies - The Epic Disruption of the Ad Business (and Everything Else)", Ken Auletta, jornalista da The New Yorker Magazine há 40 anos, seria entrevistado por ninguém menos que  Martin Sorrell, o nome que mais esteve na mídia nos últimos dias, sofrendo fortes acusações sobre seus procedimentos enquanto líder (e fundador) do Grupo WPP. O jornalista falaria sobre suas perspectivas para o futuro da profissão (saiba mais aqui). 

No entanto, Martin Sorrell foi praticamente encurralado pelo jornalista, que começou a colocar na mesa todas as questões sobre as quais Sorrell tem sido arguido, como má administração, desvio de dinheiro, abuso de poder e até gastos com prostitutas.

Sorrell negou as acusações, friamente, o tempo todo e assumiu que não era uma pessoa fácil de se lidar, o que não significava ser abusivo. Também disse que deixou o Grupo WPP por considerar que a situação se tornou insustentável. Demonstrou até bastante segurança nas palavras, diante da situação. Tentou retomar o controle do painel e questionar Ken sobre as mudanças no mundo da comunicação. Mas Ken estava decidido a manter os papéis da vida real: o jornalista que entrevista o executivo diante de uma avalanche de acusações.

O clima foi tenso. A plateia ficou congelada assistindo ao embate. Há quem considere que Auletta encurralou Sorrell e que Sorrell saiu do palco extremamente constrangido.

Leia aqui um trecho do livro Frenemies (em inglêsO.