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Festival do Clube 2018

Jones+Tino: Caos não é sinônimo de desordem

27.09.18

É possível entregar trabalhos surpreendentes mesmo quando a construção do projeto começa fora de ordem? Para os diretores Jones+Tino a resposta é sim. Atuando juntos desde 2004 e como diretores desde 2011, eles subiram ao palco do Festival do Clube para organizar  sentimentos que envolvem a palavra "caos" no contexto da publicidade e das produções audiovisuais. Para isso, contaram casos e apresentaram imagens no painel “Diários da van, do caos ao plano”.

Segundo a dupla, que conquistou o GP de Film do Festival de Cannes de 2015 com "100", criação da F/Nazca S&S para Leica, embora o caos seja estigmatizado como uma coisa ruim pela sociedade, ele é uma energia que cria e movimenta. “Na natureza, o caos é fundamental para construir, mas nós lidamos com resistência à expressão”, destacou Jones. Para ele, é preciso aprender a conviver com essa energia principalmente na indústria criativa.

Nas salas de reuniões, a palavra causa espanto, ojeriza. Ninguém quer o caos. E a primeira reação das pessoas ao desconhecido é tentar domar o processo, torná-lo controlável e isso pode acabar levando a uma situação cômoda, porém com um resultado comum”, completou Tino. Em um mundo que já está experimentando a produção de filmes com o uso de inteligência artificial, caos também pode significar um convite a navegar para longe do porto seguro.

Além de mostrar bastidores de produções, os diretores trouxeram imagens para ilustrar a beleza do caos, entre elas um quadro cujo abstrato nos remete a angústia, e um filme da National Geographic (assista aqui), com pássaros voando em bando, mostrando que assimetria das aves não é sinônimo de desorganização.

Por fim, eles apresentaram um vídeo produzido a partir de um estudo do California Institute (aqui), com imagens de todos os materiais espaciais que circularam em volta do Sol nos últimos 20 anos. Para Jones, a ideia é como a órbita do Sol. “Tudo que está orbitando em volta dele é onde temos a oportunidade de inovar”.

Beatriz Lorente

Festival do Clube 2018

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