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Google: temporada de compras começa agora
Pesquisa realizada pelo Google e apresentada nesta sexta-feira (30) revela que 68% dos brasileiros ainda não cumpriram suas resoluções de Ano Novo, como fazer uma viagem, aprender algo novo, investir na aparência ou adquirir um produto que deseja muito. Diante desses dados, anunciados no Retail Summit, evento da companhia dedicado às sazonalidades de final de ano, o Google recomenda às empresas que estabeleçam suas estratégias de vendas a partir de agora para aproveitarem bem a Black Friday e outras datas propícias para as compras.
A Black Friday é a segunda data mais importante do varejo no Brasil, perdendo apenas para o Natal. Segundo o Google, 99% dos brasileiros conhecem esse super-dia de descontos e promoções, o que mostra o quanto ele se consolidou no calendário.
No ano passado, a Black Friday movimentou R$ 2,6 bilhões no e-commerce, um volume que vem crescendo ano a ano (em 2015, esse montante foi de R$ 1,6 bilhão, passando para R$ 1,9 bilhão no ano seguinte e R$ 2,1 bilhões em 2017). O número de pedidos também aumentou consideravelmente: 13% de 2017 para 2018.
As expectativas para a temporada de compras deste ano estão positivas. Um dos motivos é a liberação do FGTS determinada pelo governo. Na avaliação da companhia, do dinheiro que deverá ser resgatado (cerca de R$ 10 bilhões), R$ 1,5 bilhão devem ser usados para compras. Isso quer dizer que o varejo terá oportunidades de conquistar o consumidor se fizer um bom planejamento.
“O brasileiro quer evoluir em várias frentes e os momentos de sazonalidade do segundo semestre devem funcionar como gatilho para compras e projetos saírem do papel. As marcas precisam estar preparadas para atender essa demanda”, declara Fernanda Bromfman, gerente de Google Customer Solutions, em comunicado à imprensa. A preparação será fundamental porque este ano a Black Friday acontece quase no final de novembro, no dia 29, o que representa uma semana a menos em relação à data em 2018 e das três edições anteriores.
A proximidade com o Natal pode levar alguns varejistas a temer uma possível concorrência nas intenções de compra. Mas o Google afirma que esse efeito está mais para mito. Dados colhidos pela companhia apontam que 61,8% das empresas que desenvolveram projetos para a Black Friday em 2018 reportaram que o evento ajudou o resultado final das vendas do ano.
Uma pesquisa sobre as compras da data reforçam a percepção de que o dia não prejudica as estratégias do Natal. De acordo com esse levantamento, 72% das aquisições foram feitas para o consumidor em si, como um presente que o cliente se deu. Outro dado demonstra que 14% das compras foram de presentes, mas que não estavam relacionados com o Natal. Dos pedidos, 17% se referiam a mimos de Papai Noel adquiridos antecipadamente.
Na análise do Google, a temporada de compras não deve se limitar à Black Friday e ao Natal. Pelo contrário. Trabalhar estratégias para outras datas ajuda empresas a obterem resultados mais concretos nesses dias de intensa movimentação, se for definido um plano de longa duração, que coordene todos os eventos.
Nesse sentido, a primeira oportunidade a surgir é o Dia do Cliente, em 15 de setembro, que pode ser teste de uma estratégia de vendas. Depois, vem o Dia das Crianças (15 de outubro) e a Black Week (semana que compreende a Black Friday). Após a Black Friday, existe o Cyber Monday (2 de dezembro) e, daí, vem o Natal, seguido do Revéillon. A temporada se encerra com o saldão de compras, em janeiro, após as aquisições feitas no final do ano.
Três pilares
Para que o varejo explore bem as oportunidades, o Google salientou no Retail Summit três pontos que toda empresa deve levar em conta ao estabelecer sua estratégia: a Black Friday é para todos (há chances para diversos segmentos e categorias; o tempo de foco em eletroeletrônicos ficou para trás), o bolso do consumidor é um só (o que demonstra a importância da presença e da construção da marca e da experiência de compra) e a temporada vai muito além da Black Friday.
A pesquisa do Google traz mais dados relevantes para o varejo. Para quem costuma adquirir produtos nas grandes datas, o preço é um elemento essencial. A cada ano, esse fator vem diminuindo de importância, mas ele ainda é o primeiro item a definir o local de compra: para 30% dos entrevistados encontrar o “melhor preço” é decisório. E nem sempre isso significa que o preço praticado é o melhor ou o pior. A impressão do comprador pesa na hora: 69% deixaram de adquirir um produto porque a percepção que tiveram foi de valor alto.
O segundo pilar a favorecer uma compra é o nível de confiança que o consumidor tem em uma marca. Cerca de 40% das pessoas considera fechar negócios com lojas já conhecidas ou em lugares onde fizeram aquisições antes. O terceiro pilar é a experiência de compra. A forma preferida é pelo site (43,6%), mas aumenta o interesse pela loja física (29,5%) e pela compra no site e retirada na loja (19%). Isso indica que a integração entre online e off-line ganha relevância.
Como o consumidor é impaciente, a experiência será melhor com alguns benefícios. Para ele, o frete não pode inflacionar o valor do item ou do serviço adquirido. Para 45%, o frete grátis é um ponto importante. Para 40%, agilidade faz diferença.
Dentre as estratégias que o varejo pode estabelecer estão a conexão entre algumas dessas datas, a venda prévia (afinal, um terço dos compradores do ano passado fez seus pedidos na Black Week, antes da Black Friday, portanto), a adoção de programas de fidelidade ou oferta de cupons, a integração entre lojas online e física e, claro, facilidades de pagamento.
Uma dica dada pelo Google aos varejistas é definir quais são seus produtos de mais sucesso no ano. Outra é lembrar o consumidor que ele já esteve na loja antes. Um dado da gigante da tecnologia diz que para 53% dos clientes a experiência de compra seria melhor se eles fossem lembrados de itens que adquiriram em anos passados.