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FreeTheWork

Plataforma apresenta pesquisa sobre diretoras de cena X pandemia

08.03.21

No Dia Internacional da Mulher, FreeTheWork apresenta um panorama de como foi o último ano das mulheres no audiovisual, tendo como pano de fundo a pandemia.

A plataforma, que luta por diversidade e inclusão de profissionais sub-representados no mercado audiovisual, realizou uma pesquisa junto às diretoras de cena participantes do movimento.

O balanço, que recebeu 40 respostas, aponta que 92,5% das diretoras são hoje representadas por alguma produtora; e 70% das respondentes consideraram que a pandemia influenciou negativamente o mercado.

Para Mariana Youssef, embaixadora do projeto no Brasil, quando cruzada com a realizada nos Estados Unidos, esta pesquisa indica baixa na produção dirigida por mulheres. Em 2017, por exemplo, 11% dos filmes para o SuperBowl tiveram uma mulher à frente da direção. O número foi ainda maior em 2018, atingindo 17%. Em 2019, houve uma queda considerável e o número regrediu para 8%, porcentagem mantida em 2020.

"O ano de 2021 reduziu ainda mais a presença feminina na liderança dos sets: apenas 5% dos filmes do SuperBowl foram dirigidos por mulheres. Este dado é muito impactante, por isso volto a dizer que a nossa luta por equidade de gênero é diária", reforça Mariana.

Voltando ao recorte brasileiro, pelo terceiro ano consecutivo a Publicis se mantém como a agência que mais orçou produção de filmes com diretoras mulheres. Em 2020, junto com a Publicis está a Mutato. Ambas foram as agências que mais orçaram e efetivamente trabalharam com diretoras.

É importante enaltecer as agências que estão comprometidas e engajadas com essa pauta. Desde que começamos esse monitoramento, a Publicis tem se mantido nessa posição. É de fundamental relevância que o mercado veja a continuidade desse comportamento de inclusão de talentos diversos e que outras agências se inspirem e incluam mais mulheres em seus projetos", compartilha Marianna Souza, presidente da APRO e porta-voz do Free The Work no Brasil.

O ranking das agências que mais orçaram com mulheres traz ainda a FCB e a Wieden+Kennedy, empatadas em segundo lugar, e a SunsetDDB e a F.biz, empatadas em terceiro lugar.

Na realização efetiva de produções, Publicis está em primeiro lugar, com a participação de diretoras mulheres em 20% do seu bolo total de projetos; seguida por Mutato com 15%; e Wiende+Kennedy, em terceiro, com 10%.

Sobre os segmentos mais produzidos, Beauty /Fashion estão em primeiro lugar; Lifestyle em segundo; e Documental / Testemunhal em terceiro.

O monitoramento aponta ainda que 65% das diretoras afirmaram ter trabalhado com temáticas diversas. Apenas 35% das participantes informaram dirigir apenas para assuntos ligados a pautas de diversidade, ativismo e representatividade.

Ficamos felizes em ver que as mulheres do FreeTheWork não estão sendo procuradas apenas para a realização de conteúdo de causa. Mulherem podem e devem produzir e dirigir para qualquer temática. É importante que o mercado reconheça essa versatilidade”, completa Youssef.

Sobre as mudanças e os aprendizados provocados pela pandemia de Covid-19, as diretoras afirmam que o mercado audiovisual sofreu um sucateamento, mas por outro lado abriu portas para diretoras menos conhecidas, e também para levantar discussões importantes, sobre temas como empatia e cooperação.

 

 

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