Cannes Lions 2020/2021

A programação de seminários sempre reserva espaço para a presença de "celebridades" que ajudam a inspirar transformações em suas áreas de atuação e, mesmo diante das circunstâncias, em 2021 não foi diferente. Uma das atrações foi o piloto Fernando Alonso que, em apresentação da Verizon Media, falou sobre a relação entre o esporte e as tecnologias emergentes - também ao lado de Guru Gowrappan (CEO da Verizon Media), Laurent Rossi (CEO da escuderia Alpine), Guenever Goik (Yahoo RYOT Lab), Joshua Gold (Yahoo RYOT Lab) e Scott Antaya (Canon). Tecnologias como a realidade estendida abrem novas possibilidades criativas que conectam as pessoas com o mundo em volta, e isso se multiplica no esporte, onde a inovação é a chave para a melhor performance dos atletas e uma experiência mais imersiva.

Outra atração foi a atriz Gal Gadot, que ao lado da diretora vencedora de Oscar Vanessa Roth e o diretor Ryan Pallotta, apresentou sua produção de uma série de documentários que mostra a história de seis mulheres que têm um grande impacto positivo em suas comunidades. Os locais retratados são os estados norte-americanos de Michigan, Califórnia, Louisiana e Tennessee, bem como Porto Rico e o Brasil.

"Temos visto a publicidade melhorando a forma como retratam as mulheres ao longo dos anos, quebrando estereótipos, demonstrando mais profundidade que emoção, abrindo caminho para maior representatividade e equidade. No entanto, ainda há muito a fazer para demonstrar a capacidade multifacetada das histórias com mulheres. Não queremos mostrá-las como 'Mulheres Maravilhas', mas as nuances para entender suas raivas, belezas, tristezas, força e resiliência. Como publicitários, é nossa missão acabar com estereótipos", diz Eric Levin, CEO da agência de mídia Spark Foundry.

Ele apresentou o projeto "Impact" (veja abaixo), da National Geographic e Apex Content Ventures, que conta com a participação de Gal Gadot como produtora. Trata-se de uma série documental que conta histórias de mulheres incríveis que que "fazem a diferença" em suas comunidades. "Tem algo surreal sobre a história de Tuany, em meio a um ambiente destruído das favelas, onde todos vivem amassados e com pichações por todos os lados. Em meio a tudo isso, uma bailarina dançando e esquecendo dessa atmosfera. Tocou meu coração. Ela tem muito carisma e paixão. E vimos que tínhamos que construir o conceito em cima disso, em mini documentário, e veiculação em social media, com potencial de alcançar a maior quantidade de pessoas", afirma Gal.

Guru Gowrappan, CEO da Verizon Media, destaca o quanto as formas como fazemos transações e nos engajamos mudou. "A tecnologia nos mostrou que podemos ter a força de estar profundamente conectados com as pessoas e o mundo. Vamos mostrar como a tecnologia influencia a criatividade nos esportes, trazendo crescimento de negócios e transformando as experiências dos atletas e dos espectadores. Vamos entender como experiências imersivas trouxeram mais de 500 milhões de fãs para as corridas. Tecnologias como 3D e AI melhoram o jogo para fãs e jogadores. Não há mais barreiras entre os fãs e o campo de jogo. Isso não é apenas o futuro do esporte, mas o futuro do conteúdo, das conexões e transações", afirma o executivo.

Na Fórmula 1, a tecnologia não é uma vantagem competitiva, mas a base de quaisquer escuderias e as que melhor souberem fazer essa conexão com a pista, saem vencedoras. Laurent Rossi, CEO da Alpine, diz que a tecnologia está no centro da escuderia, a excelência é levá-la para todo o Grupo Renault, seja nos carros, na experiência do consumidor e até na distribuição. "A Fórmula 1 é uma gigante plataforma de marketing com 500 milhões de pessoas. É muita gente olhando para a Alpine. No começo do ano, usamos XR (Extended Reality) para o lançamento do modelo 2021, o que nos permitiu conectar com as pessoas de uma maneira diferente, tudo com muita inovação e de maneira a surpreender a todos. A realidade virtual protagoniza muito do que estamos fazendo agora, seja no engajamento com os fãs, na forma como mostramos nossos carros, e até os pilotos e engenheiros conseguem acessar partes dos carros, inclusive no pit, com VR".

A tecnologia impacta, inclusive, a forma como se pilota um carro de Fórmula 1. "Quando comecei, há 20 anos, não tínhamos essa tecnologia, era tudo mais básico e a partir do feeling dos engenheiros e dos designers se tentava criar um carro mais rápido. Hoje, a tecnologia nos permite tomar melhores decisões a partir dos dados que colhemos”, disse Fernando Alonso. O piloto mencionou os sensores dos carros que trazem informações desde aerodinâmica, gestão de pneus e avarias no carro, e que ajudam em uma decisão de ultrapassagem, por exemplo, ou quando economizar pneus ou combustível. "Também sabemos as informações dos rivais. Se eles estão com problemas nos carros", analisa.

Sobre os fãs, Alonso explica que eles têm uma experiência muito superior, com mais dados à disposição na transmissão, seja nossa velocidade, câmbio, freios. "São informações que ajudam a todos a entenderem melhor o que vivemos nos cockpits", relata o piloto.

Por Felipe Turlão, especial para o Clubeonline

A cobertura do Cannes Lions 2020/2021 pelo Clubeonline tem o patrocínio de Santeria, Surreal Hotel e VMLY&R.

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