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Em busca da recuperação dos rios em SP
"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia." - Fernando Pessoa
O trecho do poema "O rio da minha aldeia", do poeta português, foi usado por Adriano Stringhini, chief management officer da Sabesp, para falar sobre a importância do engajamento, comunicação e ressignificação dos rios na mesa "Rivers move cities", apresentada no SxSW 2022.
Com ele estavam Jenny Hoffner, vp para estratégias de conservação da ONG American Rivers, e Luciana Bazanella, cofundadora da White Rabbit, para discutir a recuperação e manutenção sustentável do sistema hidrográfico, partindo do engajamento civil. O resultado desta recuperação, segundo eles, é de forte impacto social, com a melhoria da saúde, da renda, e do empoderamento das comunidades, principalmente das mulheres, que vivem ao redor dos rios. Sem falar na criação de espaços de convivência ao ar livre, que atraem o setor privado interessado na exposição de suas marcas.
O "Programa Novo Rio Pinheiros", realizado no curso de água que corta São Paulo, a quarta maior cidade do mundo, e que tem no seu entorno população de 3,3 milhões de pessoas, foi inspirado em experiências internacionais como a do Copenhagen Harbor. Com investimento de R$ 1,7 bilhão, realizado pela Sabesp, o programa do Governo do Estado de São Paulo, sob a coordenação da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, tem como meta a despoluição do Pinheiros até dezembro deste ano.
Uma das inovações da Sabesp que contribuem para o sucesso da iniciativa é a remuneração vinculada ao desempenho, incentivando as empresas contratadas por licitação a localizar imóveis sem coleta de esgoto e conectá-los à rede. "A bacia hidrográfica foi dividida em mais de 30 microbacias. Cada contratado, responsável por uma delas, recebe, quando é atingido um nível determinado de oxigênio naquele rio que vai desaguar no Pinheiros, fora o que recebe pela obra", explica Stringhini. Neste processo de cocriação, o contratado precisa se envolver de verdade com a comunidade e compreendê-la, ou não será bem sucedido. Para criar ainda mais conexão, o programa ganha nome próprio que o identifique com a comunidade. Por exemplo, "Ação Água Espraiada".
Vale lembrar que os rios foram o centro atrativo de formação de cidades, desde o início das civilizações, mas depois se tornaram fronteiras e barreiras políticas. Stringhini ressaltou que o projeto quer trazer a reconexão do rios com os espaços urbanos, não como fronteiras, mas como fonte de integração, unindo as áreas das pontas com as áreas mais privilegiadas das cidades, estados ou países. "Estamos falando sobre trazer a percepção para a comunidade e a Amy (Webb, que também se apresentou no SxSW 2022 - leia aqui), falou muito sobre isso", lembra o executivo da Sabesp.
O Clubeonline está no SxSW 2022 por conta do patrocínio de Africa; Arena; Beats; Chucky Jason; Live; Mutato; Netza&cossistema; New Vegas; 99; Publicis Brasil; Smiles e Soko.
Leia anteriores valiosas sobre o evento aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.