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O meio ambiente é o digital de 10 anos atrás
O Festival do Clube de Criação tem um histórico de debater sustentabilidade e cuidados com o planeta. Nesta edição, a 10ª, o tema foi um dos primeiros a ser abordado nos painéis do evento. "Marcas e Meio Ambiente" iniciou as atividades da sala Congressistas. Mediador do debate, o jornalista Felipe Turlão abriu a conversa fazendo uma analogia entre o meio ambiente hoje e o digital de dez anos atrás. "O meio ambiente sofre o tipo de resistência que o digital sofria há 10 anos. E, assim como aconteceu com o digital, quem não entrar na questão ambiental não estará vivo daqui a 10 anos", disse.
O painel trouxe histórias e experiências sobre como as empresas e as agências estão lidando ou devem lidar com a questão do meio ambiente, além de como o consumidor, em especial o jovem, vem interagindo com as marcas.
Um exemplo de companhia que fez um grande movimento pela causa é a Patagonia. Em setembro, o fundador Yvon Chouinard decidiu doar a empresa – estimada em US$ 3 bilhões – para auxiliar em estudos sobre mudanças climáticas: 100% das ações foram destinadas a uma ONG dedicada a pesquisar formas de combater a crise que afeta o planeta.
A Patagonia há tempos se envolve com a causa ambiental. E a The Body Shop também, como contou Karina Meyer, diretora de marketing Latam da companhia. Em 1976, quando a empresa foi fundada na Inglaterra, não se falava muito sobre sustentabilidade e meio ambiente. "Mas ela já nasceu entendendo que uma corporação pode ser uma força para o bem. Tudo que a gente faz na Body Shop é com um olhar de impacto social e ambiental", disse.
Segundo ela, o legado da fundadora ainda é muito presente na empresa. Uma amostra disso é a relação direta que a Body Shop tem com 19 produtores em 15 países, impactando diretamente quatro mil pessoas, 60% delas mulheres. No Brasil, a companhia trabalha com uma cooperativa de mulheres no Maranhão, as quebradeiras de babaçu.
Outro ponto apontado por Karina a respeito da ligação das marcas com o meio ambiente é a certificação. "As decisões na Body Shop são pautadas em impacto ambiental. Isso não pode ser só fachada nas empresas". Isso porque há marcas que falam muito sobre isso, porém existem verdadeiras cortinas de fumaça.
"Vai se tornar cada vez mais importante a necessidade de certificações. A gente vê muito, principalmente na indústria de cosméticos, empresas se declarando veganas. Mas não necessariamente tem uma cadeia rastreável por trás para saber se aquele produto teve contato com algum ingrediente de origem animal na sua produção”, ponderou. Karina também revelou que a Body Shop, até 2023, vai se tornar 100% vegana, com certificado emitido pela Sociedade Vegana da Inglaterra.
Carol Baracho, digital creator da Perifa Sustentável, trouxe a perspectiva do jovem e do consumidor sobre a questão e a relação deles com as marcas. "O jovem espera que elas não joguem no consumidor a responsabilidade em relação às causas em que decide se engajar”, destacou. Exemplo: uma companhia lança no mercado um produto reciclável, porém é ao consumidor que cabe a tarefa de reciclar.
"A gente cobra também que as empresas usem em suas campanhas e nas redes sociais pessoas que sejam realmente ativistas, não só blogueiros com muita visibilidade”, disse. Com isso, Carol alerta que convocar essas personalidades que nada têm a ver com a causa pode tornar a linguagem menos eficaz. “Isso não atinge o público."
Carol ressaltou ainda que muitas marcas já foram canceladas pelos jovens nas redes sociais por suas atitudes ruins em relação ao meio ambiente. "É preciso ouvir a juventude, falar a mesma linguagem e, assim, caminhar na mesma direção", concluiu.
João Amaral, COO e diretor-executivo do Projeto Voz dos Oceanos, trouxe a experiência, a visão e o propósito da família Schurmann em suas expedições, todos eles representados no projeto. Depois de exibir um vídeo que mostrou um ano da expedição Voz dos Oceanos (veja abaixo), João deixou claro que o principal objetivo do projeto é deixar um legado, para que tudo que a família Schurmann fez e ainda faz não se perca no tempo.
"O Voz dos Oceanos é uma marca nova, uma plataforma de colaboração, uma iniciativa global de combate à poluição plástica, que se baseia em quatro pilares: educação, ciência, tecnologia e inovação e arte", explicou. O projeto trabalha o tema upcicling, dando palco para que diversas iniciativas possam emergir e ter voz no mercado.
Rui Branquinho, sócio e COO da agência Give Back, reforçou que o sentimento que ocorre nas empresas hoje é que elas passam por um processo muito similar ao do digital: "As pessoas sabem o que vai acontecer. Algumas podem ser refratárias ainda, mas o fato é que vai acontecer", afirmou.
Para ele, os clientes vão aprender "se não for por amor, será pela dor". A razão é que os consumidores têm valorizado mais as marcas que se preocupam com o meio ambiente. Branquinho destacou que mais de 80% dos jovens se preocupam, de alguma forma, com a sustentabilidade nas tomadas de decisão em relação a consumo. O grande desafio das marcas é entender que precisam efetivamente fazer algo pelo planeta e têm de fazê-lo sem serem chatas.
Para Beto Rogosky, diretor-executivo de criação da VMLY&R, existe uma percepção, do ponto de vista de marketing, de que mensagens puramente comerciais precisam de um pouco de autocrítica. "É como se todo mundo percebesse que, ao estar fazendo negócios nesse planeta, tem de ter pelo menos algum sinal de que está preocupado com a sustentabilidade”.
Em relação a campanhas, a comunicação deve dar algum retorno real ao público. Rogosky mencionou campanha feita para o Greenpeace no Brasil que utilizou uma plataforma de games para conscientizar o jovem sobre o tema (“Los Santos + 3º C”). O objetivo é fazer com esse público dê valor aos produtos das empresas que são sustentáveis. "Os jovens são o motor da mudança. Eles têm de ser incentivados a impor e cobrar essa mudança", completou.
Marcia Melsohn
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Serviço:
10º Festival do Clube de Criação
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