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Athayde: potencial criativo, econômico e social da favela
A favela é um espaço de imenso potencial criativo, econômico e social. Assim defende Celso Athayde, CEO da Favela Holding e fundador da CUFA (Central Única das Favelas), em sua palestra "Favela, o 4º setor", durante a 10ª edição do Festival do Clube de Criação.
Athayde nasceu na favela Cabral, em Nilópolis, no Rio de Janeiro. Ao completar 16 anos, já tinha morado em outras duas favelas e em situação de rua. Até hoje, diz que não fala português, fala "favelês".
Vendeu cachorro-quente, foi camelô, e descobriu nos bailes de charme um grande business. Anos depois, passou a trabalhar com rap. Lançou várias bandas, incluindo Racionais MC's, de quem foi empresário por 10 anos. Em 1999, ele criou a CUFA (Central Única das Favelas), uma organização social com fins lucrativos.
“Fui chamado de mercenário. A prerrogativa de ter grana é do homem do asfalto. A favela tem que se orgulhar de não ter nada”, disse Athayde, que vê na geração de renda e no empreendedorismo a grande saída. “O sonho da mobilidade social é para todo mundo. Uma sociedade justa não é a que todo mundo é igual, que todo mundo é o Silvio Santos. Tem que ter porteiro no prédio. A sociedade justa é que os filhos de ambos conseguem sonhar com a mobilidade social.”
Ele saiu da CUFA para montar a Favela Holding em 2015, um conglomerado de 27 empresas e a "primeira holding social do planeta". Segundo o empresário, trata-se de “um grupo de empresas, todas focadas em favelas, em soluções para esse território e para essas pessoas, e desenvolvendo esse lugar”.
Athayde chamou atenção para a importância econômica das favelas no país, muitas vezes desconhecida. “Se você perguntar para o IBGE quantas pessoas vivem em favelas, são 17 milhões de pessoas. Seria o quarto maior estado brasileiro em economia e população, que movimenta R$ 180 bilhões por ano. É dinheiro pra burro. Mas a favela não sabe disso”.
Os números do IBGE já são vultosos. Ainda assim, o empresário questionou os critérios de classificação do órgão, como o percentual de urbanização - a Rocinha, a Penha e o Complexo do Alemão não seriam favelas. “Quando você vai olhar o número real, percebe que não estamos falando de 17 milhões de pessoas, mas de pelo menos 37 milhões de pessoas. Os números saltam”, disse.
Nomeado "Empreendedor Social do Ano 2020" pelo Fórum Econômico Mundial, Athayde concluiu a palestra com uma forte mensagem: “Quando os pretos perceberem o quanto são potentes, o quanto a favela é potente a partir daquilo que ela consome, a gente começa a virar esse jogo. Valorizar essas pessoas não é fazer nenhum tipo de bondade. É reconhecer o que elas representam para a sociedade. Ou a sociedade divide com as favelas toda a riqueza que ela produz ou vamos continuar dividindo as consequências da miséria que a elite vem reproduzindo até aqui.”
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Serviço:
10º Festival do Clube de Criação
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