Fotojornalismo

Uma imagem do presidente Lula de cabeça baixa, sorrindo, ajeitando a gravata, e um vidro trincado na frente, que foi publicada na capa do jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira (19), gerou polêmica nas redes sociais.

Na legenda, o jornal informa que a foto foi feita a partir da técnica fotográfica de "múltipla exposição" (que sobrepõe imagens em diferentes planos).

Muitos internautas se manifestaram nas redes sociais - criticando ou defendendo a imagem.

A autora, a fotojornalista Gabriela Biló, posicionou-se, com uma mensagem no Twitter. "A foto única trouxe sentimentos ambíguos e leituras diferentes; a meu ver, todos válidos. Há quem veja um presidente derrotado e morto, vítima da violência. Há quem veja um poder inabalável, reconstrução, blindagem, resistência, entre muitas outras interpretações", escreveu.

"Fotojornalismo não é feito para agradar. Minhas fotos são o espelho do meu olhar. Essa só é a forma como eu vejo o mundo. Você pode ter o seu olhar, discordar do meu, tudo bem, o mundo é plural. Sendo assim, vou ignorar absurdos como ‘apaga isso’, entre outros hates, especialmente depois do dia 08/01", tuitou.

"Como a autora da foto, aceito as críticas. Ninguém é obrigado a ver o mundo da mesma forma que eu. Respeito as diversas leituras e dores que causou. O debate sobre a dupla exposição no fotojornalismo é válido e rico. Não precisa ser fechado. E por hoje chega", encerrou.

A Secom (Secretaria de Comunicação Social Presidência da República) emitiu nota considerando "lamentável que o jornal Folha de S.Paulo tenha produzido e veiculado uma imagem não jornalística sugerindo violência contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no contexto dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro".

A nota segue destacando: “Trata-se de uma montagem, por não retratar nenhum momento que tenha acontecido".