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O Espaço é Seu

Como a tecnologia está mudando o futuro dos eventos ao vivo (Caio Costa)

23.03.23

Que a tecnologia está mudando o futuro dos eventos ao vivo não restam dúvidas. Mas, assim como o título acima, a palestra “How tech is changing the future of Live Events”, realizada no dia 12 de março no SXSW 2023 (festival anual que reúne tech, cultura, diversidade e negócios no Texas, Estados Unidos), também teve o objetivo de explicar “como” isso está acontecendo.

A conferência, apresentada por Shamerica Colbert, business capabilities owner (BCO) da Cisco/Zensar; Sean Perkins, vice-presidente de marketing da CES/Consumer Technology Association; e Ben West, co-fundador da Eventbase, levantou insights relevantes e esclarecedores, especialmente para avaliarmos para onde estamos caminhando.

Para começar, o ponto principal trazido pelos presentes é que, acima da tecnologia, o que realmente importa é a experiência do usuário.

UX - User Experience, como é chamada a área que trata especificamente disso - agora é uma disciplina obrigatória em qualquer evento, não apenas nos digitais – uma perspectiva errônea que surgiu em 2020, quando a pandemia obrigou todos os eventos a serem virtuais, e quando profissionais de UX trabalharam incansavelmente para tornar essas experiências tão fluidas e positivas quanto possível.

Na prática, isso significou uma série de artifícios utilizados para manter o público engajado virtualmente. Conteúdos exclusivos, estratégias de gamificação, gifts, entre outros. Foi um momento de aprender — com extrema rapidez — e fazer com que as pessoas aproveitassem as ações mesmo através de suas telas, em casa.

Ainda assim, conforme a possibilidade do retorno à rotina presencial tornou-se mais forte, ficou claro que era isso que o público queria, só que agora com tudo que foi aprendido no mundo digital. Então, o triunfo não está mais apenas no virtual: ele se mostrou híbrido. Ou seja, percebeu-se que aliando as tecnologias ao formato de pensar híbrido agrega-se demais para a jornada de conteúdo na vida dos consumidores.

Os palestrantes indicaram que eventos de sucesso estimulam todos os sentidos humanos. As pessoas estavam buscando, com muito afinco, o retorno das conexões, das interações presenciais. Abriu-se uma porta para eventos ao vivo muito maior do que a que já existia anteriormente. Afinal, o que acontece pessoalmente é mais memorável do que o que acontece online.

Essa perspectiva é importante de ser considerada quando pensamos no modelo híbrido. Por outro lado, se está claro o porquê o modelo presencial deve ser prestigiado, alguns profissionais podem não reconhecer porque o lado virtual da equação também é significativo.

Em primeiro lugar, manter o digital funcionando permite um alcance que é humanamente impossível de ser atingido quando um evento é apenas presencial. Mesmo em espaços com capacidade para milhares de pessoas, há outras milhares que não podem estar presentes e ainda assim querem participar. É aí que entram as transmissões, os vídeos, as redes sociais e demais tecnologias.

Além disso, o digital permite que o evento seja lembrado mesmo depois que ele acaba. É possível estender seu potencial, aproveitar mais do que já foi criado e aprimorar ainda mais a experiência daqueles que acompanharam de perto. Até mesmo as comunidades online, criadas ao redor e a partir dos eventos presenciais, aumentam o impacto dos mesmos e aumentam as possibilidades de networking.

Outra questão levantada no SXSW foi em relação ao conteúdo apresentado nos eventos. Agora, mais do que nunca, “conteúdo é rei”, como diz a máxima do marketing.

É essencial que todo evento aconteça de acordo com dados e premissas pré-estabelecidas. Por exemplo: quais modelos funcionam melhor com cada público, quais estratégias de engajamento se aplicam, quem são os speakers mais relevantes, entre outros pontos. Isso pode levar os organizadores a entenderem no que é preciso focar mais, tanto no sentido de “online ou presencial” quanto na própria curadoria e apresentação do conteúdo.

Mencionou-se, como exemplo, um evento da Microsoft destinado a desenvolvedores. Apesar de estarem participando presencialmente, todos eles estavam também em seus notebooks. Isso mostra uma tendência híbrida não apenas para alcançar dois públicos distintos, mas para alcançar o mesmo público, ao mesmo tempo.

Por fim, outra tendência citada foi o uso da inteligência artificial no live marketing. Já estamos vendo o início do conteúdo digital a partir da IA, mas isso deve se desenvolver muito rapidamente em breve. Seja com interações cada vez mais personalizadas, seja com soluções ágeis para problemas diversos, o IA muito provavelmente auxiliará nos eventos ao vivo logo, logo.

Um exemplo é o avanço do metaverso. É provável que ele se torne sempre mais envolvente e visual, e seu desenvolvimento se dá muito por conta da inteligência artificial. A quantidade de dados sendo manipulados simultaneamente, o tempo todo, é imensa. Precisamos contar com essas tecnologias para de fato seguir em frente.

Em resumo, de acordo com a conferência e seus notáveis palestrantes, o futuro dos eventos é híbrido, personalizado, com foco no conteúdo e desenvolvido com ajuda de IAs. Quando prestamos atenção ao nosso, redor, é possível ver realmente como cada uma dessas previsões está se tornando realidade. Agora, o nosso trabalho é tornar todas essas expectativas reais.

Caio Costa, diretor de criação da agência de live marketing EAí!? Content Experience

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