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Festival tem acusação de trabalho análogo à escravidão
Fiscalização do Ministério do Trabalho resultou em uma acusação de trabalho análogo à escravidão que se tornou pública nesta quinta-feira, 23. A revelação agitou os bastidores do Lollapalooza Brasil 2023, que abre oficialmente nesta sexta-feira, 24, e que tem a T4F como organizadora no país. Reportagem do site Repórter Brasil apontou que foram encontrados cinco trabalhadores em condições análogas à escravidão nos preparativos do festival, que acontece no Autódromo de Interlagos até este domingo, 26.
Auditores da Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, fizeram uma operação de resgate na terça-feira, 21. Foram localizadas cinco pessoas, com idades entre 22 e 29 anos, que trabalhavam como carregadores de bebidas em jornadas de 12 horas diárias, conforme descreve a reportagem.
Sem registro e sem direitos trabalhistas mínimos preservados, eles foram obrigados a dormir no local, em tendas sem estrutura digna para o pernoite, declararam os auditores. Essas cinco pessoas prestavam serviços para uma empresa terceirizada contratada pela T4F, Yellow Stripe. Esta publicou um post em seu perfil no Instagram dizendo que “não prestará mais serviços de operação de bares no Festival Lollapalooza 2023” (confira aqui).
A T4F informou, em comunicado, que “encerrou imediatamente a relação jurídica estabelecida com a Yellow Stripe e se certificou que todos os direitos dos 5 trabalhadores envolvidos fossem garantidos de acordo com as diretrizes dos auditores do Ministério do Trabalho”. Disse também que é proibido a qualquer equipe que durma no local e afirmou que se trata de um caso isolado.
De acordo com o Repórter Brasil, as empresas foram obrigadas a ressarcir cada um dos cinco trabalhadores em aproximadamente R$ 10 mil, somando-se os salários devidos, as verbas rescisórias e pagamentos de horas extras. O valor pode aumentar, se o Ministério Público do Trabalho entrar com pedido de verbas indenizatórias.
O Clubeonline procurou a T4F para se pronunciar a respeito do resgate desses trabalhadores e da acusação feita pelos auditores. Também buscou as marcas que patrocinam ou apoiam o festival para se posicionarem diante do fato. Algumas enviaram comunicados que estão mais abaixo.
Leia o comunicado da T4F na íntegra:
“Para realizar um evento do tamanho do Lollapalooza Brasil, que ocupa 600 mil metros quadrados no Autódromo de Interlagos e tem a estimativa de receber um público de 100 mil pessoas por dia, o evento conta com equipes que atuam em diferentes frentes de trabalho, em departamentos que variam da comunicação à operação de alimentos e bebidas, da montagem dos palcos à limpeza do espaço e à segurança. São mais de 9 mil pessoas que trabalham diretamente no local do evento e são contratadas mais de 170 empresas prestadoras de serviços.
A T4F, responsável pela organização do Lollapalooza Brasil, tem como prioridade que todas pessoas envolvidas no evento tenham as devidas condições de trabalho garantidas e, portanto, exige que todas as empresas prestadoras de serviço façam o mesmo.
Nesta semana, durante uma fiscalização do Ministério do Trabalho no Autódromo de Interlagos, foram identificados 5 profissionais da Yellow Stripe (empresa terceirizada responsável pela operação dos bares do Lollapalooza Brasil), que, na visão dos auditores, se enquadrariam em trabalho análogo à escravidão. Os mesmos trabalharam durante 5 dias dentro do Autódromo de Interlagos e, segundo apurado pelos auditores, dormiram no local de trabalho, algo que é terminantemente proibido pela T4F.
Diante desta constatação, a T4F encerrou imediatamente a relação jurídica estabelecida com a Yellow Stripe e se certificou que todos os direitos dos 5 trabalhadores envolvidos fossem garantidos de acordo com as diretrizes dos auditores do Ministério do Trabalho. A T4F considera este um fato isolado, o repudia veementemente e seguirá com uma postura forte diante de qualquer descumprimento de regras pelas empresas terceirizadas.”