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8 Bilhões de Vidas
40% das mulheres não têm direito de decidir se querem filhos, diz ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) constatou que cerca de 40% das mulheres não têm o direito de decidir se querem ou não ter filhos, segundo dado do relatório "8 Bilhões de Vidas, Infinitas Possibilidades: Em defesa de direitos e escolhas", divulgado essa semana pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
O documento indica que a autonomia das mulheres seria fator decisivo para manter o tamanho da população mundial em um patamar estável. Segundo a UNFPA, a capacitação de indivíduos, com as mulheres decidindo o número filhos que gostariam de ter e quando, sem pressão de especialistas e de autoridades, é mais eficaz para atingir metas de fecundidade.
O relatório também destaca a necessidade de se garantir os direitos das mulheres, com acesso à saúde e com paridade no mercado de trabalho, para se alcançar a igualdade de gênero, que, segundo o relatório, deveria se manifestar na "educação, na divisão de tarefas e na renda".
Neste contexto, a UNFPA recomenda a adoção de programas de licença parental, créditos fiscais para crianças, promoção da igualdade de gênero no local de trabalho e acesso universal à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que apresentou o relatório, também defendeu o cuidado com o meio ambiente para garantir o futuro da população, que tem maior expectativa de vida atualmente. Projeções da ONU dão conta de que serão quase 10,5 bilhões de pessoas até 2080, com um número cada vez maior de pessoas com mais de 100 anos.
Sobre o Brasil, o relatório aponta que a taxa média de fecundidade do país caiu para o menor nível da história, com 1,6 filho por mulher. A média para impedir a queda de população a longo prazo seria de 2,1 filhos por mulher. Com menos nascimentos e com o avanço da medicina, a população brasileira envelhece mais. A expectativa de vida no Brasil atingiu 73 anos para os homens e 79 anos para mulheres em 2023.
Baixe o relatório na íntegra aqui.
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