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Sua empresa já neutralizou as emissões de CO2 hoje?
A ONG ambientalista The Nature Conservancy estima que cada ser humano gera, em média, quase quatro toneladas de CO2 por ano. Mas é um número que esconde uma realidade tremendamente desigual: nos países pobres, a emissão por habitante é de 0,3 toneladas por pessoa por ano; nos de média renda, de 3,6 toneladas; e nos de alta renda, 8,7 toneladas.
Diante desse quadro, qual o papel e a responsabilidade dos grandes players locais e globais no combate à emergência climática? Um grupo diversificado de profissionais discutiu o tema no painel “Os desafios para as corporações na construção de um mercado sustentável”, que contou com a participação de Fernanda Coelho, coordenadora de marketing e vendas da agência Moss; Marcelo Rocha, fundador do Instituto Ayika; e Ricardo Cardim, botânico e coordenador do projeto Floresta de Bolso.
“Descarbonizar a economia é trocar o pneu com o carro andando. E essa transformação é difícil, porque vai contra a lógica econômica – que estimula o consumo – e exige algum sacrifício das pessoas”, apontou o mediador do debate, Ricardo Esturaro, CEO da Polinizar Educação, entidade focada em educação socioambiental.
Destacando a desigualdade entre ricos e pobres no volume de emissões de gases do efeito estufa (GEE), Esturaro apontou que, no caso das corporações, o desafio dos CEOs é atender à demanda dos diversos stakeholders por operações mais sustentáveis, mas sem afetar o lucro das empresas.
“Há também o desafio da comunicação dos temas ambientais: se as pessoas não entenderem o que está em jogo e como isso afeta suas vidas, elas não verão motivo para mudar seu comportamento”, lembrou.
Uma das alternativas já à disposição das empresas é a compensação via aquisição de créditos de carbono. Mas a regulamentação de mercado no Brasil é um dos desafios apontados por Fernanda, da Moss, agência que desenvolve projetos para compensação de emissões de carbono e de GEE.
Os outros dois, na sua opinião, são o desconhecimento generalizado sobre o mercado de créditos de carbono e a construção de uma agenda ESG de longo prazo, principalmente entre as pequenas e médias companhias. “As empresas não sabem o que é compensação de CO2 e o valor que isso tem para elas”, lamentou Fernanda.
A preservação da floresta nativa é a base dos créditos de carbono (certificados que comprovam a não-emissão de GEE) emitidos pela Moss. O objetivo é manter a floresta em pé, remunerando os produtores que preservam a vegetação nativa em suas terras. “O mercado, inclusive o publicitário, vem dando pequenos passos para alcançar o nível carbono neutro”, reconheceu.
O papel dos profissionais de comunicação foi destacado por Marcelo Rocha, do Akyia, organização que trabalha na intersecção entre raça, clima, gênero e território. “O que esses profissionais – que determinam, em grande parte, aquilo que vai ser consumido na mídia e nas redes sociais – estão oferecendo para as pessoas consumirem?”, questionou.
Ao enfatizar a importância e o poder da comunicação no combate às mudanças climáticas, ele citou como exemplo o termo “ansiedade climática”. “Muita gente nunca ouviu falar disso, mas sabe bem o que é ter medo de que uma chuva forte cause uma enchente ou faça sua casa desabar. A missão de comunicar com simplicidade é um desafio para todos nós. É o desafio de humanizar as relações e usar a comunicação para mudar o mundo”, afirmou.
O botânico Ricardo Cardim aproveitou para destacar a diversidade dos nossos biomas. “O Brasil é um dos lugares com maior biodiversidade vegetal do mundo, principalmente na Mata Atlântica. Entretanto, 90% da vegetação urbana é de origem estrangeira, o que é um absurdo”, declarou, apontando que, das 20 frutas mais produzidas aqui, só duas são nativas – abacaxi e maracujá.
“Sofremos de um tipo de erosão cultural, não sabemos mais o que é nosso, o que é nativo. Somos estrangeiros na nossa própria terra, sendo que ela é uma das mais ricas do mundo em biodiversidade”, disse.
Diretor do escritório Cardim Arquitetura Paisagística, Ricardo mostrou exemplos do projeto Floresta de Bolso, de criação de ilhas de mata com espécies nativas em pequenos espaços urbanos. “Temos de mostrar que é possível trazer a Mata Atlântica para a cidade, mas precisamos de políticas públicas que incentivem esse movimento”, ressaltou.
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