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SXSW 2024

Laurie Santos: felicidade para aumentar a produtividade

09.03.24

Os anos passam e o burnout continua na pauta dos estudiosos de ambientes de trabalho e saúde mental. A sensação de falta de tempo e de excesso de coisas para fazer assombra trabalhadores e desempregados, pasmem. Ou não. "Estamos famintos de tempo", lembrou Laurie Santos, professora de psicologia da Yale University e apresentadora do podcast "The Happiness Lab" em sua apresentação "Five ways to improve well-being in the workplace: emerging trends from the science of happiness", no SXSW 2024.


Com gráficos que mostram o aumento da produtividade e dos resultados em empresas que apostam na felicidade das pessoas no ambiente de trabalho, a especialista no assunto trouxe para o palco do evento conceitos como "time confetti", ou administração ineficaz do tempo navegando por várias atividades sem sentir finalização e realização; "time famine", quando se tem a sensação de ter muitas coisas para fazer em muito pouco tempo; e a necessidade de encontrar o "time affluence", quando você consegue ter tempo para fazer coisas que te fazem bem. "Precisamos nutrir a nós mesmos, fazendo algo que seja realmente bom para a gente". Meditação e atividade física estão entre as 'ferramentas' que fazem a diferença na vida das pessoas, como práticas regulares.

Entre os exemplos práticos de organização de tempo, ela citou ter determinar alguns momentos (2 ou 3, por exemplo) ao longo do dia para checar emails ou outras redes de mensagens.

Segundo ela, a felicidade deveria fazer parte dos currículos das pessoas e trabalhada muito antes do ingresso no ambiente de trabalho. Ela abriu a palestra com a informação alarmante de que 1 em cada 10 estudantes de faculdade nos Estados Unidos já pensou em suicídio. "Me preocupo com o futuro e tenho pensado em como começar agora a mudar o ambiente de trabalho para os próximos 5 anos", afirma Laurie Santos.

Alguns fatos comprovados chegam a ser matemáticos. Por exemplo: quando estamos felizes, somos mais criativos. Se temos que dedicar tempo e energia administrando emoções ruins como medos, angústias, frustrações, temos menos disposição para realizar nosso trabalho com energia boa e criativa. O que não significa que devemos ignorar as emoções. Pelo contrário, o melhor caminho é aceitá-las, investigá-las, e entender porque estão ali, sem julgamento.

A auto-compaixão, de entender a própria humanidade e os limites, também é importante para manter a felicidade e saúde mental, dentro e fora do trabalho. Além disso, reconhecer suas próprias forças e qualidades e encontrar valores e senso de pertencimento. "As pessoas precisam sentir que elas importam e que o que elas fazem importa", diz Laurie Santos.

Criar laços de amizade no ambiente de trabalho ajuda nesse senso de pertencimento. "Não é fácil porque aprendemos por muito tempo que ambiente de trabalho é competitivo, não um ambiente de amizade. Mas a ciência já comprovou que ter boas relações onde se trabalha é positivo", garante a professora, que dá uma dica: "você pode começar devagar, escolhendo uma pessoa que te deixe confortável, tendo conversas mais humanas para além dos assuntos de trabalho". Compartilhar as vulnerabilidades também contribui para trazer humanidade aos times e aumentar a felicidade e, consequentemente, a produtividade. Fugir das fofocas também ajuda bastante.

A cobertura do SXSW 2024 pelo Clubeonline é um oferecimento exclusivo da Corazon Filmes (@corazonfilmes).

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