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Tragédia ambiental

Veja como ajudar o Rio Grande do Sul

07.05.24

O Rio Grande do Sul está devastado por enchentes que afetaram 388 municípios do estado, entre eles Porto Alegre, a capital. Os dados foram atualizados pelo governo estadual nesta terça-feira, 07, e mostram que há mais de 48 mil pessoas em abrigos, 362 feridos, 131 desaparecidos e 90 mortes. No domingo 05, o governo federal reconheceu estado de calamidade pública nas regiões atingidas e nesta segunda-feira enviou o decreto para o Congresso Nacional, que precisa aprovar a medida.  A decretação facilita a transferência de recursos para o atendimento urgente da população.

A tragédia ambiental coloca o tema da crise climática, mais uma vez, diante dos olhos dos brasileiros, demonstrando que a pauta deveria estar, de fato, na agenda de governos e empresas. As chuvas intensas dos últimos dias no Rio Grande do Sul já estavam previstas, porém o volume superou as expectativas. O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre, por exemplo, subiu mais de 5 metros, causando a mais grave cheia da cidade desde 1941.

Especialistas em fenômenos climáticos estão alertando há muitos anos que o Rio Grande do Sul apresenta uma tendência de aumento das chuvas e de extremos climáticos. Em reportagem para a DW (Deutsche Welle), disponível no UOL, Clóvis Borges, diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), afirmou que o estado perdeu há décadas a resiliência para enfrentar esse tipo de tragédia. Isso porque, segundo ele, o RS foi o primeiro estado a cobrir quase todo território com propriedades agrícolas. “Eliminaram praticamente suas áreas naturais", disse. Borges destacou que restam 7% da área original de Mata Atlântica no estado.

Felizmente, brasileiros estão se mobilizando para ajudar as vítimas das enchentes no RS. Estão sendo arrecadados recursos financeiros e itens como roupas, calçados, água, alimentos não perecíveis, material de limpeza, colchões e também produtos como rações para animais, que também estão sofrendo com as cheias.

Um dos movimentos que mais têm despertado atenção é a ação criada pelo Instituto Vakinha, pelo programa de rádio Pretinho Básico (da Rede Atlântida) e pelo humorista gaúcho Badin, o Colono (Eduardo Gustavo Christ). Eles se juntaram para lançar o que chamam de a maior campanha solidária do Rio Grande do Sul, com a meta de arrecadação de R$ 30 milhões. Nesta segunda-feira, 06, esse objetivo foi alcançado. Até o início desta tarde, as doações chegaram a R$ 31,5 milhões.

A campanha conta com algumas empresas entre os apoiadores. Estão lá Eletromídia, Helloo, Panvel, Cobasi, Decathlon e Gramado Summit.

A Cufa Brasil está com campanha solidária em destaque em seu site, no qual informa um pix para ajudar as vítimas: doacoes@cufa.org.br. A Cufa Rio Grande do Sul está recebendo doações de materiais para as vítimas em suas unidades, fornecendo telefones para contato. Ela atua na logística dessas entregas. Mais informações aqui.

Em parceria com o Banrisul, o governo estadual está com a campanha “SOS Rio Grande do Sul” para arrecadar recursos para o trabalho de atendimento às vítimas das inundações e para reconstrução de estruturas afetadas. Foi reativada uma chave Pix, que tinha sido utilizada em uma ação solidária em setembro do ano passado, também motivada por enchentes: 92.958.800/0001-38 (CNPJ). Como já existem fraudes em cima da tragédia, pede-se atenção na operação: é importante confirmar que o nome da conta é “SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.

Algumas empresas também estão se mobilizando em ações. Confira.

Além de divulgar a campanha do “SOS RS”, a Renner está recebendo doações por meio do Instituto Lojas Renner, que, em seu perfil no Instagram, anuncia ter mobilizado seu ecossistema, junto a colaboradores e fornecedores, para “reunir recursos financeiros e materiais para atender pelo menos 1.000 famílias”. No post, são indicadas as necessidades mais urgentes: “itens de limpeza, higiene, alimentação e aqueles que permitem o acolhimento dos desabrigados: colchões, toalhas e roupas”.

A Panvel, por sua vez, que já apoia a campanha do Vakinha, divulgou que em todas as lojas é possível fazer doações para o “SOS RS” e também por meio do programa “Troco Amigo” em seu app - veja o post a respeito no Instagram.

O Grupo Carrefour definiu 20 lojas de oito cidades do RS para receber doações. As unidades arrecadam alimentos não perecíveis, kits de higiene e materiais de limpeza. A coleta e encaminhamento dos produtos doados serão feitos pela ONG Ação Cidadania até o dia 24 de maio. As lojas relacionadas estão aqui.

A Cobasi, também apoiadora da campanha do Vakinha, informou no Instagram que duas lojas em Porto Alegre estão recebendo doações de rações, medicamentos e cobertores para atender os animais atingidos pelas enchentes. A própria empresa doou 2 milhões de toneladas de rações. ONGs parceiras estão encarregadas de distribuir os donativos. Para quem não mora na capital gaúcha, é possível fazer compras pelo site e encaminhar para a doação.

Ainda a respeito da ajuda a animais que também são vítimas da tragédia, a ONG Grad Brasil (Grupo de Resposta a Animais em Desastres) indicou um Pix para doações (54.465.282/0001-21) e um site para quem quiser colaborar com a entidade usando cartão de crédito: doe.gradbrasil.org.br. A entidade atua com voluntários, recolhendo bichos nos lugares atingidos pelas inundações.

Na segunda-feira, 06, os Correios de São Paulo e do Paraná - e de algumas agências no RS - passaram a coletar donativos para a população gaúcha. Sem a cobrança de taxas. A empresa irá transportar esses itens também de forma gratuita. Nesta terça-feira, 07, as agências do Distrito Federal e dos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco e da Bahia também começam a receber as doações. Mas foi destacada a urgência das entregas de água potável. São aceitos alimentos da cesta básica; produtos de higiene pessoal; material (seco) de higiene; e itens de vestuário. Os Correios vão doar roupas e utensílios domésticos que não foram procurados pelos destinatários (e nem pelos remetentes) e que já passaram por todas as tentativas de entrega dentro do prazo de 90 dias para reclamação.

O Grupo RBS relançou a campanha #AjudaRioGrande em todos os seus veículos. Ação tinha sido criada para “reforçar a corrente de solidariedade nas enchentes de setembro de 2023”. Com isso, a empresa procura “amplificar os alertas da Defesa Civil e demais autoridades que estão atuando nas operações de resgate e restabelecimento de acessos e serviços e as orientações sobre como ajudar as comunidades mais atingidas”. O grupo liberou o acesso a todos os conteúdos produzidos sobre o assunto nos canais de GZH. Há uma página com dados sobre doações e voluntariado.

A Opus Entretenimento recebe até esta quinta-feira, 09, doações físicas de fraldas, remédios, roupas, cobertores, toalhas, produtos de higiene pessoal e de limpeza, roupas de cama e ração para animais. Os donativos serão enviados para o Rio Grande do Sul. Na capital paulista, eles podem ser encaminhados para a Vibra São Paulo (avenida das Nações Unidas, 17955 - Vila Almeida. Na bilheteria, de segunda a sexta), para o Teatro Bradesco (rua Palestra Itália, 500 - 3° Piso - Perdizes. Todos os dias) e para o Teatro Sabesp Frei Caneca (rua Frei Caneca, 569 - Consolação. De terça a domingo). Os horários são das 12h às 15h e das 16h às 19h e 16h às 20h (Teatro Bradesco). Em Porto Alegre, as doações podem ser realizadas no Teatro do Bourbon Country (avenida Túlio de Rose, 80 - 71 - Jardim Europa), das 10h às 22h e, aos domingos, das 10h às 20h. Já na Grande Florianópolis, o ponto é na Arena Opus (SC-281, 4000 - Sertão do Maruim, São José ), das 13h às 19h, de segunda a sexta, e das 15h às 18h, aos sábados. Os produtos seguirão de caminhão na sexta-feira 10 para o RS.

A Apib (Articulação dos povos indígenas do Brasil) se mobilizou em campanha para ajudar as mais de 80 comunidades indígenas afetadas pelas enchentes na região. A entidade pontuou que a “crise climática tem afetado a todos nós, povos indígenas do Brasil. Temos lutado e alertado constantemente sobre essa emergência”. A Apib pede doações para as organizações indígenas Arpinsul e Comissão Guarani Yvirupa, que estão centralizando os trabalhos de atendimento às pessoas afetadas. O Pix da primeira é 566601e8-72b1-4258-a354-aa9a510445d1. E o da Comissão é 21.860.239/0001-01. A entidade tem ainda pontos de coleta de doações no RS e em Santa Catarina. Confira os endereços neste post da Apib no Instagram. Os pedidos mais urgentes são de alimentação, material de higiene e limpeza, lonas, telhas, colchões e cobertores. Segundo a Apib, a Funai está no estado acompanhando de perto a situação e acolhendo as demandas para organizar o seu plano de atuação em apoio aos povos indígenas.

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