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Turnês canceladas e o mercado de grandes shows
Nesta semana, Ivete Sangalo e Ludmilla anunciaram o cancelamento, respectivamente, das turnês "A Festa" (veja aqui), e "Ludmilla in the house tour" (aqui). Ambos os shows seriam realizados pela 30e. Em seus posts nas redes sociais, as artistas responsabilizaram a produtora pela suspensão dos eventos. Contudo, especialistas na área avaliam que a não-realização dos espetáculos pode indicar que o período de alta demanda por grandes shows em estádios - ocorrido depois do isolamento por conta da pandemia - pode ter esfriado. Sem falar nos altos valores dos ingressos.
Vale lembrar que em um mesmo ano (2023), apenas em São Paulo, capital, tivemos Lollapalooza, The Town, Grls, C6 Fest, Monsters of Rock, Summer Breeze, Mita, Nômade e Primavera Sound, dentre outros.
Segundo publicado por Ivete em suas redes, a decisão de cancelar a turnê, "embora dolorosa, revelou-se necessária a partir da constatação de que a produtora responsável pela realização dos shows não conseguiria garantir as condições necessárias para que as apresentações (...) acontecessem da forma como foram concebidas, com a excelência e segurança prometidas e acordadas". A artista ainda justificou: "(...) a realização de um projeto dessa magnitude exige a mobilização de uma estrutura complexa, que só se viabilizaria se houvesse um nível de planejamento e organização adequados, que garantissem, com a antecedência necessária, todas as condições prometidas, esperadas e pactuadas em contrato".
O post de Ludmilla seguiu a mesma linha, destacando que a produtora não estaria cumprindo as condições de pré-contrato: "A decisão (de cancelar a turnê) foi tomada mediante o não cumprimento por parte da produtora responsável pela turnê das condições previstas no pré-contrato para a viabilidade dos shows planejados há meses".
Em comunicado, a 30e (que produziu recentemente, entre outros espetáculos, a turnê "Titãs Encontro"), destacou que a decisão foi "unilateral das artistas" e que não "avaliou o cancelamento" dos eventos de Ivete e Ludmilla. “A produtora lamenta, mas respeita a decisão unilateral das artistas e esclarece que, em nenhum momento, avaliou o cancelamento das duas turnês. Em relação à turnê 'Festa', por questões de demanda, a empresa propôs à artista e sua equipe uma readequação da estrutura e produção e foi surpreendida com o comunicado publicado. Em relação à turnê 'Ludmilla in the house tour', não houve nenhuma negociação anterior à decisão exclusiva da artista, e seu comunicado", posicionou-se a produtora.
"A 30e divulgará o mais breve possível os procedimentos relacionados ao reembolso para os fãs que já haviam adquirido ingresso. Com mais de três milhões de pessoas impactadas anualmente pelos eventos que promove, realiza e produz, a 30e pode afirmar sua integral capacidade para cumprir compromissos com seus clientes, parceiros e patrocinadores, e informa que as demais turnês anunciadas estão confirmadas e ocorrerão”.
Segundo especialistas ouvidos pela revista Billboard Brasil, em off, pode ter havido um "otimismo exagerado" por parte da produtora nestas turnês, depois do sucesso dos Titãs.
Fontes do veículo também avaliaram o "alto investimento em produção" nestes eventos, fazendo com que "saiam muito caros" e, consequentemente, tenham valores altos de ingressos - dificultando as vendas (leia aqui), em especial com os inúmeros festivais e shows que passaram a ser realizados no Brasil depois da pandemia.
A turnê "A Festa" marcaria três décadas de carreira de Ivete e seria realizada em estádios, em 30 cidades brasileiras. O primeiro show seria em Manaus, no dia 1º de junho. Ludmilla celebraria 10 anos de carreira a partir do próximo dia 25, começando pelo Rio de Janeiro.