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Festival do Clube 2024

A arte de Lucas Paraizo (Os Outros e Sob Pressão)

13.10.24

Se você já viu algum episódio de Os Outros, Sob Pressão ou “Justiça”, se conferiu no cinema “Divinas Divas” ou “Aos Teus Olhos”, ou conhece os documentários “Laura” e “Gabriel Medina”, então, já foi tocado por uma parte do trabalho do escritor e roteirista Lucas Paraizo.

Nesta 12ª edição do Festival do Clube de Criação, que acontece nos dias 12 e 13 de outubro, no Memorial da América Latina (SP), Paraizo vai falar sobre seu processo de criação, em uma conversa com Andrea Siqueira, diretora executiva de criação da BBDO Chicago; Romero Cavalcanti, diretor de criação da Energy BBDO; e Alan de Sá, redator da Ogilvy. O bate-papo será no domingo (13), às 11h40.

Escrever roteiros não estava nos planos iniciais de Paraizo: carioca, ele se formou primeiro em jornalismo pela PUC/ Rio para depois fazer um curso na Escola Internacional de Cinema e Televisão de Cuba. E não parou por aí: tem pós-graduação pela Escola de Cinema da Catalunha e é mestre em artes cênicas pela Universidade de Barcelona.

Sua estreia no cinema como roteirista foi com o curta-metragem “Passeig nocturn”, de 2007. De lá para cá, tem deixado sua marca em histórias com atenção especial à pesquisa na construção de tramas e personagens, que ele busca humanizar ao máximo.

Me considero uma pessoa hipersensível ao que vejo e sinto ao meu redor. Às vezes até demais. Sou profundamente afetado pelo entorno, suas fragilidades, complexidades e desigualdades. E, se algo me afeta, sinto que poderá afetar também ao público. Meu trabalho é fazer essa ponte e, por meio da dramaturgia, tentar provocar nossos olhares e sensações, diz o autor, que, em 2018, conquistou o prêmio de Roteirista do Ano pela Abra (Associação Brasileira Autores Roteiristas).

Também professor e autor do livro “Palavra de Roteirista”, ele defende que a arte de ouvir é o caminho para se escrever bem. Hoje dedicando-se menos ao ensino, ele considera que as salas de aula são locais não apenas de formação profissional, mas de caráter e de visão de mundo.

Minha atuação prática no audiovisual hoje está ligada diretamente à minha formação moral. Os assuntos que escolho tratar tem a ver com minha ética. E a sala de aula é o melhor lugar para começar a desenvolver essas percepções para além das nossas”, afirma.

Para ele, pensar histórias é pensar o contexto – no seu caso, o Brasil e, principalmente, o Rio de Janeiro. Foi assim nas cinco temporadas de "Sob Pressão" e até agora em "Os Outros" (ele criou as duas séries). Paraizo diz que o formato de seriado permite elaborar tramas mais complexas e fazer com que a identificação do público com os personagens vá se alterando conforme a narrativa se desenrola.

Integrante da geração millennial, o roteirista lembra que foi “formado” pela publicidade dos anos 1980 e 1990, época em que o storytelling era uma ferramenta poderosa para contar histórias e vender produtos em filmes de 30 segundos ou um minuto.

Sinto que hoje esse storytelling passa mais pela criação de personagens que performem bem nas redes e desenvolvam suas próprias narrativas. São mudanças contextuais. Os elementos continuam sendo os mesmos, e isso desde Aristóteles: personagem, conflito e estrutura. São nossas principais ferramentas”, analisa.

Talentos reconhecidos e premiados

O Festival do Clube dedicou nesta edição um espaço especial para a arte do roteiro. Além do painel com Lucas Paraizo, quem quiser aprender mais sobre esse ofício que vem ganhando mais atenção e reconhecimento, terá a oportunidade de ouvir alguns dos grandes mestres do momento no mercado.

No sábado (12), às 10h, o escritor, redator publicitário e roteirista Lusa Silvestre, que assina trabalhos como “Estômago”, “Estômago 2”, “Medida Provisória” e “Sequestro do Voo 375”, irá mediar o painel “Da tela em branco ao texto na tela: os processos de quem constrói roteiros”.

Participam da mesa: Caito Mainier; diretor artístico do Porta dos Fundos, diretor geral e chefe de roteiro do programa “Lady Night”, roteirista da série “Pablo e Luisão”, criada por Paulo Vieira, e redator final do programa “Choque de Cultura”; Luh Maza, roteirista da série “Sessão de Terapia” e diretora da série “Da Ponte Pra Lá”; Renata Andrade, autora roteirista dos programas “Zorra” e “Escolinha do Professor Raimundo”, do quadro “Mulheres Fantásticas” e da série “Encantado's”; e Thiago Dottori, roteirista dos longas “Trago Comigo”, “A Suspeita” “Turma da Mônica Lições” e “Turma da Mônica Laços”, da série “Os Outros” e coautor da série “Psi”, junto com Contardo Calligaris.

Com formação em publicidade, Renata conquistou em junho, ao lado de Thais Pontes – sua parceira na criação de “Encantado’s” e amiga há mais de 25 nos –, o título de Roteirista do Ano, do 7º prêmio Abra. A produção, por sinal, venceu na categoria Melhor Roteiro de Série de Ficção – Comédia. Renata é nascida e criada em Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio de Janeiro. Tem um livro publicado sobre histórias do transporte público carioca: “A Passageira Ao Lado e Outras Crônicas”. Sua experiência como roteirista é bastante variada. Integrou o time de roteiristas do espetáculo “Extra! Ordinárias”, que esteve em cartaz no Clube Barbixas, em São Paulo. É uma das autoras do espetáculo “Mãe Baiana”, baseado nos escritos da historiadora Helena Theodoro, exibido no formato cineteatro, no CineOdeon. Foi a roteirista principal do “Prêmio Sim à Igualdade Racial 2023”, transmitido no Multishow, no Canal Bis e na Rede Globo.

Indicada em 2020 a Roteirista do Ano também pelo prêmio da Abra (por “Sessão de Terapia”), a carioca Luh Maza é a primeira roteirista trans da televisão brasileira. Ela tem uma importante trajetória no teatro, tendo escrito sua primeira peça aos 16 anos. Em 2019, criou “Transtopia”, a convite do Theatro Municipal de São Paulo. É ainda atriz, diretora e crítica teatral – e autora de dois livros.

No Festival do Rio, em outubro, será exibido o filme “Insubmissas”, em que Luh é uma das diretoras (o projeto se baseia em quatro contos que se transformaram em obras independentes dentro do mesmo longa, com direção ainda de Ana do Carmo, Julia Katharine e Tais Amordivino, sob direção geral de Carol Benjamin). E no dia 30 de outubro estreia na Netflix a minissérie ficcional “Os Quatro da Candelária”, dirigida por Luis Lomenha e Márcia Faria e que tem Luh entre os roteiristas.

Lusa tem experiência na publicidade, tendo trabalhado na McCann Erikson Brasil, McCann Erickson Los Angeles e W/McCann. Entre os prêmios que recebeu, destaca três Prêmios Grande Otelo da Academia Brasileira, com “Estômago” em 2009; “A Glória e a Graça”, em 2018; e “Sequestro do Voo 375”, neste ano. Na mais recente premiação da Abra, foi um dos ganhadores por Roteiro Adaptado de Filme de Ficção também por “O Sequestro do Voo 375”, junto com Mikalai de Albuquerque.

Popularmente famoso pelo “Choque de Cultura”, Caito é também ator, produtor e montador desde 1999. No prêmio Abra deste ano, ele concorreu por “Lady Night”, na categoria Melhor Roteiro de Variedades. Caito já foi premiado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e pelo Prêmio Risadaria duas vezes e indicado ao Emmy Kids Internacional.

Vale dizer que Dottori é um dos criadores do prêmio Abra. Com mais de 20 anos de mercado, ele é hoje presidente da Gedar (Sociedade de Gestão Coletiva de Direitos Autorais), habilitada pelo Ministério da Cultura. Entre seus prêmios está um Emmy Kids pela série "Pedro & Bianca", da TV Cultura, da qual é cocriador, além de roteirista.

Veja aqui a programação do Festival do Clube 2024.

Este ano, temos os seguintes patrocinadores e apoiadores:

Patrocínio Premium (ordem alfabética): GloboRecôncavo Company.

Patrocínio Master: Santeria.

Patrocínio (ordem alfabética): Barry Company, Café Royal, Halley Sound, Heineken, Jamute, Landscape, Lew’Lara\TBWA, Modernista, Mr. Pink Music, MugShot, MyMama Entertainment, Nós – Inteligência e inovação social, O2, Paranoid, Piloto, Purpple, União Brasileira de Compositores, Unblock Coffee e We.

Apoio (ordem alfabética): Artmont, Antfood, Audioink, Canal markket, Canja Audio Culture, Carbono Sound Lab, Creative Group, Ellah Filmes, Estúdio Origem, Fuzzr, Mercuria, Monkey-land, Pachamama, Pródigo Filmes, Punch Audio, Sailor Studio, Soko (Droga5 São Paulo), Sondery, Tribbo, UOL, Vox Haus.

Sem estas empresas, NÃO haveria Festival.

Para você não esquecer: já está à venda o ÚLTIMO LOTE de ingressos. Por conta do sucesso alcançado no ano anterior, neste lote adicionamos o Ingresso Solidário. Aproveite 15% de desconto em troca de 1kg de alimento não perecível, que deverá ser entregue no dia do evento. Adquira o seu por meio da plataforma Sympla. Garanta sua participação o quanto antes, clicando aqui. Agências, produtoras, anunciantes comprem também seu lote de ingressos o quanto antes: temos pacotes com 5% de desconto para cinco ingressos, 10% para 10 ou 15% de desconto para 15 ingressos, entre em contato com o Clube pelo e-mail clubedecriacao@clubedecriacao.com.br ou mensagem para o Whatsapp do Clube: 11 - 93704-2881. Interessados em patrocinar o evento procurem o washington@clubedecriacao.com.br

Serviço:

12º Festival do Clube de Criação - 12 e 13 de outubro - sábado e domingo - das 8h30 às 22h

Ingressos estão à venda na plataforma da Sympla (aqui). Garanta o seu.

Dúvidas ou desejo de se associar? clubedecriacao@clubedecriacao.com.br ou Whatsapp do Clube: 11 - 93704-2881

Endereço Memorial: Av. Mário de Andrade, 664 - Barra Funda

Acesso pelo Metrô Barra Funda

Estacionamento no local

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