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José Padilha, uma campanha de impacto e novos projetos
Cineasta reconhecido e premiado internacionalmente, o brasileiro José Padilha estará no palco da 12ª edição do Festival do Clube de Criação, que acontece neste final de semana, nos dias 12 e 13, no Memorial da América Latina. Diretor de títulos como “Tropa de Elite”, pelo qual conquistou um Urso de Ouro no Festival de Berlim, e “Ônibus 174”, ganhador de um Emmy como melhor documentário, ele irá falar sobre uma campanha feita nos EUA que discute a violência armada e que conquistou prêmios e a atenção da mídia, e seus novos planos para as telas. Entre eles está mais uma parceria com o ator Wagner Moura, protagonista em "Tropa de Elite" e na série “Narcos”, que Padilha dirigiu e produziu.
O painel “Bastidores de um case publicitário premiado e projetos futuros: José Padilha”, no domingo, às 18h20, no auditório Simón Bolívar, tem como um dos focos o curta “American Cancer Story”, feito para a entidade Change The Ref com criação da Klick Health e dirigida pelo brasileiro. Na mesa, estarão, além do próprio Padilha, Bernardo Romero, maker da Klick Health; Douglas Costa, sócio e produtor executivo da produtora Taking Over; e Natalí Nepomuceno, gerente jurídica da Gerando Falcões.
Lançada em abril passado, a campanha “American Cancer Story” conta a luta de uma menina contra o câncer, mostrando a pausa que fará na escola para seguir tratamento. Seus dias são narrados pela mãe e pela garota, abordando efeitos, dificuldades, dores e sentimentos que enfrentam os pacientes oncológicos, como o cansaço e a perda de cabelo. Até que as duas recebem uma notícia positiva em relação ao tratamento e a jovem se prepara para retomar as aulas. O que parece ser uma narrativa de sobrevivência depois se revela uma tragédia que encontra eco profundo na sociedade norte-americana. A menina é vítima de um ataque com armas de fogo na escola (leia mais sobre a campanha aqui).
Veiculado na TV e no meio digital nos EUA, o curta se inspira em dados do Centro de Controle de Doenças (CDC), que apontam o câncer como a terceira causa de morte entre crianças e adolescentes no país. Qual é a primeira? Armas de fogo. O filme foi exibido na época em que o ataque contra a escola Columbine, caso de violência armada que chocou o mundo, estava para completar 25 anos.
Romero fez vários trabalhos para a ONG Change the Ref e conhece os fundadores, pais do jovem estudante Joaquin, que foi morto em um tiroteio na escola, em 2016, que teve 17 vítimas fatais. A entidade procura dar voz a sobreviventes, discutir a epidemia de violência nas escolas, inspirar mudanças e denunciar manobras políticas feitas no país que garantem uma grande circulação de armas de fogo entre a população.
Para a nova campanha, a Klick Health decidiu utilizar os dados do CDC e fazer um filme que abordasse os principais matadores de crianças e adolescentes nos EUA. “A ideia foi convidar a sociedade a discutir soluções para a criação de um país mais seguro”, afirmou Romero, reforçando que “American Cancer Story” trata de dois cânceres: a doença em si e as mortes por armas de fogo.
O roteiro da campanha tinha acabado de ficar pronto quando, por coincidência, Douglas Costa entrou em contato com Romero, que contou do novo projeto. O sócio da Taking Over, que tem entre seus diretores Spike Lee e José Padilha, disse que a proposta era corajosa e parecia feita para o brasileiro dirigir. De fato, assim que leu o conceito da Klick Health, o diretor quis realizar o projeto. Em dois dias, Romero, Costa e Padilha estavam discutindo a produção da campanha. O curta foi filmado em um mês e meio - veja mais abaixo a versão de 1min30.
“American Cancer Story” rapidamente viralizou, inclusive via WhatsApp, com muitos brasileiros contribuindo para isso. Ela ganhou espaço na mídia nos EUA e também em veículos daqui.
Um site da Change The Ref pediu doações para instituições que financiam pesquisas na área de câncer e estimulou a população a exigir mudanças urgentes ao poder legislativo em busca de soluções mais efetivas para o problema das armas.
“A gente queria sensibilizar as pessoas. Mas elas não se sensibilizam com números. Por isso, foi necessário humanizar os dados”, observou Romero. “É uma história humana de impacto social”, completou.
Nos festivais de criatividade, a campanha também se saiu bem. No Cannes Lions, ganhou Ouro em Entertainment. No Clio Health, entre os prêmios conquistados, foram 4 Ouros – 2 de Film Craft, um de Film e um de Creative Use of Data.
Criada como uma ficção, a história ganhou um triste tom de realidade. A atriz Logan Britt-Bimle interpretou uma personagem que poderia ser muito real, já que o problema das armas de fogo tira a vida de 18% da população entre 1 e 18 anos nos EUA, segundo os dados mais recentes do CDC (relativos a 2022). Meses depois do lançamento do curta, um casal sofreu o duro golpe de ter uma filha atingida fatalmente por um tiro, enquanto outra fazia tratamento contra um câncer.
No Brasil, não vivemos um quadro epidêmico como acontece nos EUA, mas a violência armada também vem acontecendo nas escolas. Para fazer um alerta, Natali, da Gerando Falcões, vai falar sobre as realidades enfrentadas pelos jovens estudantes do país. Os participantes da mesa vão discutir esse tema.
Mulher negra, nordestina e de ascendência quilombola, Natalí é formada em direito pela PUC-SP. Também tem experiência no setor de cultura, entretenimento e esportes, tendo desenvolvido projetos como exposições de arte, espetáculos teatrais e musicais. Em 2020, quando já atuava como professora voluntária da Falcons University, instruindo líderes de entidades a fazer a regularização jurídica de suas organizações, ela passou a integrar efetivamente o time da Gerando Falcões. Natalí participou da coordenação direta de parcerias e fundraising da campanha “Corona no Paredão, Fome Não” em 2021, um dos maiores cases de arrecadação e distribuição de recursos para o combate à fome durante a pandemia da Covid-19.
Conexões
Padilha irá falar também sobre projetos futuros. Como uma série com Wagner Moura que pretende focar na história de León Trotski (que será interpretado pelo brasileiro), e sua vida no México, onde conheceu Frida Kahlo, de quem virou amante. A produção ainda não começou. Há projetos de longas em pré-produção. Alguns de seus planos devem ser revelados no palco do auditório Simón Bolívar, no Festival do Clube.
Publicidade e branded content também estão na mira. Neste ano, a Taking Over, que o representa nessas áreas, abriu suas portas oficialmente em São Paulo, trazendo uma visão de impacto social a seus projetos no país, inclusive se posicionando como consultoria de ESG. E, recentemente, foi anunciada a formação do Grupo Dale, que une as produtoras Corazon, HandMaker e Chucky Jason, além da Taking Over.
Impacto social é um tema fundamental para Costa, que contou que costuma dizer que iniciativas com esse fim devem ser feitas, não importa como e nem com quem. “Que o projeto se faça e vá para a rua a tempo de ser efetivo”, comentou. Essa disposição envolveu o case da Change The Ref.
“Normalmente, existe uma repulsa por parte de equipes que trabalham com produção em se envolver em trabalhos que tratam o câncer e o câncer infantil por muitas vezes ter um teor apelativo. Mas, quando li o roteiro que o Bernardo me enviou, vi que era o melhor sobre câncer que já tinha visto. Enviei para o Zé, que também teve uma conexão muito forte com o roteiro e o reescreveu misturando sua intuição e sessões de consulting com médicas da área de câncer pediátrico da Unicamp”, revelou.
Entre os profissionais que participaram de “American Cancer Story” estão James Valentine, músico do Maroon 5; Anna di Giacomo, da Audioink, e Pierre Buffin, da Buf Company (pós-produção). Costa observou ainda que, da equipe envolvida na campanha, 95% dos integrantes já tiveram na família um caso de câncer. “Então, havia uma vontade de as pessoas que viveram aquela dor fazer algo para ajudar”.
Costa mencionou também o apoio do casal fundador da Change The Ref ao projeto. “Eles nos deram toda a noção da trágica realidade que é um massacre e nos incentivaram a chegar perto do limite na execução da produção e da montagem, pois nos ensinaram que, se as pessoas ou os políticos tivessem acesso a imagens de um massacre infanto juvenil, a lei de porte de arma já teria sido mudada há muito tempo”.
Sobre a parceria com Padilha, o produtor executivo contou que os dois têm um grande amigo em comum, o diretor de fotografia Lula Carvalho. “Lula trabalhou comigo quando trouxe Spike Lee para filmar a primeira vez uma publicidade no Brasil, em 2013”, lembrou. Além disso, ambos pensaram em desenvolver um projeto que contasse a história de Marielle Franco – Costa apresentou a ideia para Lee.
Naquele tempo, ele procurou Monica Benicio, companheira de Marielle, para fazer suas pesquisas. Foi quando soube de um projeto de Antonia Pellegrino e José Padilha para uma série ficcional. Costa, então, recebeu um telefonema do cineasta e tiveram uma longa conversa. “Saí da ligação com a sensação de ter batido um dos papos mais inesquecíveis da minha vida”.
Os dois projetos, o da série e do filme, não saíram, mas a conexão entre o produtor executivo e o cineasta se manteve. Eles não apenas se entenderam como estabeleceram um acordo para que a Taking Over o representasse no mundo para projetos que envolvam publicidade e branded content. “Ele é o primeiro diretor A-List brasileiro com quem trabalho”.
Costa trabalhou com o cineasta francês Michel Gondry (“Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”, entre outros títulos) na produtora Partizan. Mas, com Padilha, o entendimento é diferente. “A vantagem de sermos brasileiros e termos uma vida de longa data no mercado internacional faz com que falemos a mesma língua”.
Veja aqui a programação completa do Festival do Clube 2024.
Este ano, temos os seguintes patrocinadores e apoiadores:
Patrocínio Premium (ordem alfabética): Globo; Grupo Papaki; Recôncavo Company.
Patrocínio Master: Santeria.
Patrocínio (ordem alfabética): Barry Company, Boiler Filmes, Café Royal, Halley Sound, Heineken, Jamute, Landscape, Lew’Lara\TBWA, Love Pictures Company, Modernista, Mr. Pink Music, MugShot, MyMama Entertainment, Nós – Inteligência e inovação social, O2, Paranoid, Piloto, Purpple, União Brasileira de Compositores, TikTok, Unblock Coffee e We.
Apoio (ordem alfabética): Artmont, Antfood, Audioink, Bici Desagência, Canal markket, Canja Audio Culture, Carbono Sound Lab, Chucky Jason, Ellah Filmes, Estúdio Origem, Fuzzr, Grupo Dale!, Mercuria, Monkey-land, Pachamama, Pródigo Filmes, Punch Audio, Sailor Studio, Soko (Droga5 São Paulo), Sondery, Tribbo, UOL, Vox Haus, Warriors VFX.
Sem estas empresas, NÃO haveria Festival.
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Serviço:
12º Festival do Clube de Criação - 12 e 13 de outubro - sábado e domingo - das 8h30 às 22h
Ingressos estão à venda na plataforma da Sympla (aqui). Garanta o seu.
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