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Olhares de fora sobre a produção audiovisual do Brasil
O Brasil ocupa um lugar de renome quando o assunto são as produções audiovisuais, sejam elas novelas — que somam fãs em diversos países —, filmes, séries e campanhas publicitárias. Mas como profissionais de outra região da América Latina avaliam nosso mercado? Para ouvir as análises de gente que veio de um país vizinho que também se destaca no setor, o 12º Festival do Clube de Criação reuniu quatro profissionais da Argentina: Luis Mermet, diretor de cena da Paranoid; Matias Menendez, founder e creative manager da Jogo; Pablo Uranga, diretor de séries e longas, e Sebastian Hall, sócio e produtor executivo da Landia. Todos têm carreiras aqui.
O painel “O olhar latino-americano sobre a produção audiovisual no Brasil” foi mediado pela brasileira Fernanda Peixoto, diretora de produção da David São Paulo. Na região, a rede conta com escritórios em Bogotá (Colômbia) e em Buenos Aires (Argentina) - e tem operações ainda em Miami (EUA) e em Madri (Espanha).
Mesmo sendo parte da América Latina, o Brasil é visto como um país isolado dos demais. Segundo Uranga, apesar de a língua ser apontada como um dos principais fatores, existem outros que contribuem para essa percepção. “Antes da internet, os conteúdos da América Latina que o Brasil recebia eram muito caricatos e, na minha opinião, isso acabou criando um distanciamento maior entre os países”, comentou.
“Isso é uma pena porque, se formos pensar que 40% do público de streaming na América Latina são brasileiros, nós estamos dividindo um mercado gigantesco em dois que, se estivesse conectado, seria bom para todo mundo”, acrescentou o diretor, que está por trás de produções como “A História Delas”, no Disney+, em 2023.
Já Matias, da Jogo – agência de esportes e entretenimento que, entre seus trabalhos, assina a campanha de Budweiser para o primeiro jogo da NFL no Brasil –, chamou atenção para outro ponto que gera esse distanciamento: a riqueza cultural daqui. “Sinto que isso fez com que o país não olhasse para outros lugares”.
Mermet, diretor responsável por campanhas para marcas como Nestlé, Vivo e McDonald’s, fez uma observação contundente. Para ele, o Brasil tem os olhos voltados para os Estados Unidos e para culturas europeias, o que também gera uma barreira. “Com certeza, existem particularidades entre os países latino-americanos, mas a comédia, por exemplo, é algo universal. Além da língua, a única coisa que nos divide são as fronteiras”, disse.
A qualidade dos trabalhos brasileiros faz com que muitos profissionais daqui sejam convidados para participarem de equipes de fora do país. De acordo com Sebastian, isso é um reflexo dos diferenciais que as produções audiovisuais brasileiras proporcionam para o mercado como um todo.
No país desde que a Landia abriu sua operação em São Paulo, em 2012, Sebastian afirmou que o Brasil possui uma flexibilidade de trabalho que não é comum em outros países. Aqui temos também a capacidade de produzir trabalhos bem-feitos com orçamentos menores.
“Todo mundo está olhando para o Brasil, para os talentos brasileiros e mandar profissionais daqui para fora também nos traz novas ideias e formas de trabalhar”, pontuou o produtor executivo da Landia, que tem escritórios em Buenos Aires e na Cidade do México, além de Los Angeles, Barcelona e Lisboa.
A esse respeito, Matías comentou que muitos profissionais brasileiros têm vontade de trabalhar fora do país, mas que ele nunca recomendou que as pessoas fossem em busca de trabalho, mas de experiências. “Tenho certeza de que o Brasil tem mais oportunidades do que qualquer outra parte do mundo. Não conheço nenhum país que produza tantos trabalhos como este. Hoje, os brasileiros dominam o mercado”, completou.
Outro ponto levantado como diferencial dos trabalhos brasileiros em comparação aos demais da América Latina é o foco na diversidade e inclusão. “Adaptamos uma série da Argentina e isso ficou muito claro para mim”, disse Uranga. “O Brasil está a um passo a frente nesse tema”, explicou.
Fernanda Peixoto fez um questionamento sobre as adaptações de produções para o mercado latino-americano como um todo. “Um filme pode ser o mesmo para todos os mercados?”, perguntou. Os integrantes da mesa responderam que muitas vezes isso é possível, sim. “Latino-americanos possuem muitas coisas em comum. Não existe outra cultura que eu me sinta mais representado e confortável porque as histórias são as mesmas. Nós temos o mesmo dia a dia”, analisou Matias.
Ter a oportunidade de escutar o lado de profissionais de outro país latino que atuam no Brasil foi destacado por Fernanda. “É muito importante conhecer a visão de quem é de fora, de quem vem para cá, empreende e consegue ter sucesso”. Ela acrescentou que a experiência foi muito produtiva para nós, brasileiros, por vermos o peso do país para esse mercado.
Carolina Vilela
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