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Como o brasileiro vê o uso da IA no jornalismo
A Inteligência Artificial gera boas expectativas e temores em diversos setores e distintos perfis profissionais. Mas ela já está no dia a dia de muitas empresas. Um estudo organizado pela Teads mostra que a tecnologia influencia hoje vários aspectos da vida e entre as atividades impactadas está o jornalismo, que ocupa a primeira posição numa lista de sete áreas afetadas pela IA, com 46% das respostas. Em segundo e terceiro lugares, estão trabalho (43%) e educação (40%).
O ponto é como o uso da tecnologia para a geração de notícias é visto pela população. De acordo com a pesquisa “A relação dos brasileiros com IA aplicada à produção de conteúdo editorial”, ainda há um caminho a ser percorrido no sentido de se conquistar a aprovação do público na adoção da Inteligência Artificial na atividade jornalística.
O desafio está no crescimento de fake news e na desinformação, um problema que afeta países no mundo inteiro. Entre os brasileiros, 74% acreditam que a IA contribui para a criação de imagens e histórias falsas, segundo o Instituto Idea. Além disso, 51% dos entrevistados dizem que essa tecnologia irá piorar a desinformação.
Antes de aprofundar essa questão, vale destacar outros dados do estudo da Teads. Segundo esse trabalho, 65% dos brasileiros consomem até duas horas de notícias online por dia. A população elege de dois a três sites de notícias como seus preferidos.
Um resultado que surpreende é a dedicação da geração Z ao consumo de notícias. Pode-se pensar que as pessoas dessa faixa etária têm menos interesse por esse tipo de conteúdo do que millennials e geração X. Mas, na verdade, os Gen Z são os que mais investem tempo em notícias, a partir de três horas de dedicação e seguindo até a faixa acima de dez horas.
Para o brasileiro, credibilidade é um item muito importante quando se trata de consumir noticiário. Perguntado sobre o meio de informação em que mais confiam, o público colocou em primeiro lugar sites e portais de notícias, com 47% das menções da pesquisa Teads Pulse, de julho. Na sequência, vieram televisão (25%), redes sociais (13%), YouTube (11%) e creators & influencers (4%).
Credibilidade é o principal motivo para a escolha de um site de notícias (segundo 53% dos entrevistados). Em seguida, vem a qualidade dos textos e das informações (39%).
Para 72% dos brasileiros, a transparência com que as notícias são produzidas é o principal elemento na construção de confiança. Na sequência, vem altos padrões jornalísticos (69%).
A respeito da IA, 1/3 do público não sabe identificar se o conteúdo foi criado por jornalistas ou pela tecnologia, dado extraído da pesquisa Teads Pulse. E 29% dos entrevistados afirmaram já ter visto notícias criadas por IA.
De acordo com o trabalho da Teads, 9 em cada 10 brasileiros já se depararam com fake news; 8 em cada 10 já deram credibilidade a um conteúdo falso; e 7 em cada 10 acreditam que marcas que anunciam em sites com fake news são coniventes com a disseminação de material falso.
O fato é que, quanto maior for a confiança do público em um determinado veículo, maior a confiança na publicidade veiculada nesse site ou portal de notícias.
Um dado do Instituto Idea aponta ainda que os brasileiros estão abertos ao uso da IA no dia a dia. A questão é que 7 em cada 10 apontam para a necessidade de regras.
As principais conclusões do estudo são: transparência, confiança e credibilidade são os critérios que definem a preferência da população em relação ao consumo de notícias. Por enquanto, na visão do brasileiro, a IA pode ser aliada, mas isso vai depender se os veículos conseguirem demonstrar que ela está a serviço do jornalismo de qualidade.
Na percepção da população quanto ao uso da IA no conteúdo editorial, as respostas medidas pelo Teads Pulse em julho são as seguintes: 20% dos brasileiros concordam com a adoção da tecnologia na produção de notícias; 64% se sentem desconfortáveis ao descobrir que uma notícia foi criada por IA; 52% confiam mais em conteúdos desenvolvidos por jornalistas humanos, enquanto 34% são indiferentes a isso. E, por fim, 50% consideram que notícias informativas deveriam ser feitas exclusivamente por humanos, sem utilização de IA.