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Ogilvyland

Ação pressiona rede a respeito de empresas de combustíveis fósseis

01.11.24

Cinco grandes clientes da Ogilvy receberam recentemente ingressos dourados para um pretenso parque de diversões. Não eram convites para conhecer um lugar encantado. As entradas eram para a Ogilvyland: um parque temático satírico criado pelo grupo inglês de ativismo climático Serious People. O objetivo: provocar questionamento entre as empresas atendidas pela rede a respeito de seu envolvimento com companhias de combustíveis fósseis.

Os convites foram entregues para executivos dessas cinco empresas com ingressos, uma carta e um “oilypop”, um pirulito feito de petróleo. A ação conta com um site criado para dar vida à ideia da Ogilvyland. Quem acessar, recebe uma acolhida como se fosse da Ogilvy. A mensagem é uma celebração a este “bravo mundo quente que nossos clientes estão construindo”. Desse modo, os ativistas esperam provocar essas companhias, que têm compromissos de sustentabilidade, a levar o assunto para a Ogilvy.

As atrações do parque fictício estão explicadas a quem acessar o site. A Ogilvyland tem a montanha-russa Net-Zero Slowllercoaster, o escorregador Pipeline Plunge, que é coberto de óleo, e o passeio Rising River Rapids, em referência às mudanças climáticas. Os brinquedos trazem gente sorridente, mas o fundo revela cenas como incêndios e furacões.

A Ogilvyland tem ainda um “Magic Show” com Mark Read, CEO do WPP, grupo que tem a Ogilvy entre suas agências. Em foto manipulada, Read aparece vestido de mágico, com uma “varinha do desemprego”.

Como parte da estratégia, o Serious People fez postagens no LinkedIn detalhando o que era o Ogilvyland. Para a Adweek, Jamie Inman, cofundador do grupo, explicou que o foco da ação é expor as contradições entre as práticas sustentáveis prometidas por alguns clientes da rede e as alianças feitas pela agência com empresas como BP, Total Energies e Petron. As três fazem parte de uma lista disponível no site do "parque" que mostra 12 clientes de combustível fósseis com os quais a Ogilvy tem contratos.

O pior pesadelo da Ogilvy é que seus grandes clientes, comprometidos com a sustentabilidade, comecem a fazer perguntas”, declarou Inman.

Como resposta para a Adweek, a Ogilvy enviou o relatório de sustentabilidade do WPP, no qual a holding afirma que os contratos de comunicação com o setor de energia são norteados por rigor ético e não ferem o Acordo de Paris.

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