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O que um médico está fazendo nesse espaço? (Sergio Caruso)
O que um médico está fazendo aqui nesse espaço? (E por que ele também pode ser um criativo?)
Você pode até se perguntar: “Um médico num ambiente de criação publicitária? O que ele está fazendo aqui?” A resposta é simples: para nos lembrar que a ciência e a criatividade podem – e devem – andar de mãos dadas.
Não, eu não sou médico. Mas, acredite ou não, temos um cardiologista na nossa equipe. E ele é o nosso guia nessa jornada inusitada que une dois mundos aparentemente distantes: a rigidez dos jalecos brancos e a liberdade de ideias revolucionárias.
Imagine a rotina de um médico: jornadas intensas, pressão constante e, muitas vezes, um ceticismo saudável diante de qualquer novidade. Agora, pense na estratégia de grandes marcas de consumo, com campanhas repletas de sedução, storytelling e dados que encantam e convencem. Pode parecer que estamos falando de universos opostos, mas a verdade é que ambos enfrentam o mesmo desafio fundamental: comunicar de forma eficaz.
Na comunicação médica, cada palavra tem que ser respaldada por estudos e evidências. Cada afirmação é cuidadosamente referenciada. Mas essa necessidade não precisa ser um empecilho para a criatividade. Pelo contrário, ela nos convida a usar nossa imaginação para transformar dados frios em histórias que tocam, que emocionam e que inspiram confiança.
É aqui que entra o papel da mídia e das jornadas de conteúdo. Em um mundo onde a informação é bombardeada de todos os lados, saber construir uma narrativa que dialogue com a realidade dos médicos – e, por tabela, com a dos pacientes – é um verdadeiro diferencial. Não estamos apenas falando de vender um produto ou uma ideia. Estamos falando de educar, de transformar percepções e, sobretudo, de devolver à sociedade algo de valor: informação embasada e humanizada.
Pense em uma campanha que, ao invés de simplesmente listar dados, convida o médico a mergulhar em histórias reais, a conhecer experiências que refletem os desafios e as conquistas do cotidiano. Um conteúdo que dialoga com o cansaço e a desconfiança, mas que, com leveza e bom humor, abre espaço para a reflexão e o “aha moment”. É essa conexão que faz toda a diferença.
E é justamente esse o nosso convite aos criativos: que tal usar seus talentos para mudar a forma como a comunicação na área da saúde é feita? A junção entre o rigor científico e a liberdade criativa pode ser surpreendente. Pode ser o pontapé inicial para campanhas que não só informam, mas que também inspiram confiança e empatia – para médicos e para o público em geral.
Portanto, da próxima vez que você se deparar com um médico em um ambiente de criação, não o veja como alguém distante ou ultrapassado. Veja-o como um parceiro na missão de transformar a comunicação, de usar cada dado, cada estudo, como combustível para histórias que salvam vidas e aproximam pessoas.
Depois de tudo, somos todos parte do mesmo sistema – não só o sistema de saúde, mas o sistema da humanidade. E é justamente nessa interseção que mora a beleza da nossa profissão: a oportunidade de unir o rigor com o encantamento, a ciência com a arte, e, acima de tudo, de fazer a diferença.
Sergio Caruso, diretor geral da Havas Life
Leia texto anterior da seção "O Espaço é Seu", aqui.
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