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Alma (Campanha Leica)

Prêmios: Prata Campanha

"Toda câmera morre. Só algumas reencarnam. Na vida passada, fui uma Leica. Mas não qualquer Leica. Fui a IIIf que esteve nas mãos de um dos fotógrafos mais corajosos que este mundo já viu. Juntos, estivemos no calor de muitas guerras. Em maio de 1954 desembarcamos na Indochina, território hoje conhecido como Vietnã. Apesar da promessa de nunca mais fotografar uma guerra, lá estávamos nós, no banco traseiro de um dos muitos jipes que formavam o comboio francês. Os lenços creme dos uniformes dos paraquedistas permaneciam estáticos. Nem uma leve brisa para aliviar o calor que, aliado à umidade extrema, parecia grudar no corpo das pessoas. A sensação beirava o insuportável. Quase tão insuportável quanto o temor de que os Viêt Minh pudessem atacar. O zunido de uma bala calibre 45 passando a centímetros de distância foi algo com que nunca me acostumei. Eram quase 3 da tarde quando ele desceu do jipe comigo nas mãos e começou a correr para o topo de uma colina. Aquela fileira militarmente organizada daria uma bela foto. Mas ela nunca aconteceu. Na metade do caminho, um clique mecânico veio de baixo da terra. Antes que eu pudesse pensar "mina terrestre", uma explosão nos lançou ao ar. Desorientada, pude ver a ajuda chegar. Por alguns segundos, ainda senti a mão do fotógrafo a me segurar. A última coisa que o ouvi dizer foi o nome de uma antiga namorada, também apaixonada pela fotografia. Também morta em um campo de batalha. Segundos depois, morri. Por anos, minha alma vagou. Agora reencarnei. Um dia, fui uma Leica IIIf. Hoje me chamo M-Monochrom. Já tenho um novo corpo. Só me falta um novo parceiro para fotografar." Toda Leica tem alma. Leica M-Monochrom. A reencarnação do preto e branco. Monochrom.com.br

"ALL CAMERAS DIE. JUST A FEW REINCARNATE. In my past life, I was a Leica, but not just any Leica. I was a IIIf in the hands of one of the most courageous photographers this world has ever seen. We spent many moments together in the heat of many battles of war. In May 1954, we landed in Indochina, a land known today as Vietnam. Despite the promise made never again to photograph a war, there we were, in the back seat of one of many jeeps of the French convoy. The off-white scarves of the paratroopers seemed plastered. Not even the slightest breeze could be felt to relieve the heat that, added to sultry humidity, seemed to stick to everyone’s body. The sensation bordered the unbearable - almost as unbearable as the fear that the Viet Minh could attack. The buzz of a 45 bullet zooming only centimeters away was something I never got used to. It was almost three in the afternoon when he got out of the jeep, holding me in his hands, and started running to the top of a hill. That row of militarily organized soldiers would make for a great picture, but it never happened. Halfway up, a mechanical click was heard under the ground, and before I could think, ‘landmine,’ an explosion blew us into the air. Disoriented, I could make out that help was on its way. For a couple of seconds, I still felt the photographer’s hand holding me. The last thing I heard him say was the name of an old girlfriend, also a lover of photography, and also killed in a battlefield. Seconds later, I died. My soul roamed aimlessly for years. Now, I have reincarnated. I used to be a Leica IIIf. Today, I’m called M-Monochrom. I already have a new body. Now, all I need is a new partner to photograph." All Leicas have a soul. Leica M-Monochrom. The reincarnation of black and white. Monocrhom.com.br

Ficha Técnica

Thiago Carvalho

Fabio Fernandes, Eduardo Lima

João Linneu

Bruno Oppido

Jomar Farias, Robson De Vitto, Leandro Ferreira

F/Nazca Saatchi & Saatchi

Leica Store São Paulo

Luiz Marinho

Alma (Campanha Leica)

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