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De Marcello Serpa para Jáder Rossetto e diretoria
Caro Jáder e diretoria do Clube,
Quando recebi o convite da diretoria para fazer parte do júri do CCSP há 3 semanas, aceitei com o maior prazer. Fazer parte desse júri é uma delícia. Ver o conjunto da propaganda produzida no Brasil de uma só vez é um tremenda aula.
Quando soube que o Fabio também havia sido convidado na mesma época, fiquei ainda mais tranqüilo, afinal acredito que tanto a sua trajetória profissional quanto a minha servem como um seguro contra falta de critério.
Acho absolutamente legítima a recusa do Fabio em participar do júri. Afinal isso é problema dele e de mais ninguém. O que me surpreende que o faça tanto depois. E numa carta aberta a você, que além de muito bem escrita, traz conceitos muito bonitos sobre valores democráticos, virtudes éticas e morais.
Jáder, vivemos num mundo competitivo, disputamos contas, prêmios e reconhecimento. Essa é a realidade de nosso dia a dia. Por trás de abraços, palavras carinhosas e atitude públicas de apreço se escondem muitas vezes sentimentos bem menos sublimes. Aqueles que levam às injustiças nos festivais, nas notas baixas para trabalhos consagrados e vaidades descontroladas.
Por isso defendo desde sempre o voto aberto ao público, a defesa de posições claras nos júris mesmo que elas acabem por fechar as portas nas agências que acreditam ser as melhores do mundo. O voto fechado e secreto deixa solto o monstrinho sacana, invejoso que temos em cada um de nós.
Sou contra e jamais deixei que se criassem aquelas listas corporativas que definem os jurados de cada agência. Essa minha teimosia nos faz sempre ter um monte de votos espalhados pelos criativos da agência, conceituados e queridos por muitos dos associados do clube, e nos colocam lá no fundão da lista de jurados. Esse parece ser o preço que se paga pela coerência.
Não acredito em democracia com listas, voto secreto e falta de discussão. Acredito num júri formado pelos melhores, escolhido pelos melhores e julgando os melhores.
O que me deixa muito triste é ver que, apesar de ser querido pelo Fabio, fui colocado na posição mais que desconfortável de optar entre recusar o convite já aceito há 3 semanas ou aceitar e me tornar um arenista, um Paulo Maluf Biônico da criação Brasileira.
Na minha escala de valores pessoal, isso não se faz com alguém querido.
Acredito na democracia, mas não na demagogia.
Um abraço,
Marcello Serpa
AlmapBBDO
Ps: segue uma cópia ao Fabio.
Leia anterior aqui.
Comentários
Angélica Souza - Fico com a falta de critério. Grata.