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"Por que o Clube faz parte da minha história?" (Adriano Abdalla)
Nascido em 1975, com a missão de valorizar e preservar a criatividade brasileira, o Clube de Criação completa 45 anos em 2020.
Para entender melhor a importância da entidade e sua contribuição à vida dos profissionais que integram o mercado publicitário, o Clubeonline exibe depoimentos que explicitam, sublinham e emolduram esta poderosa relação.
Adriano Abdalla, vice-presidente de criação da VML, nos conta como o Clube de Criação fez e faz parte de sua história.
Leia, abaixo:
"Estamos nos anos 2000. Bem no comecinho mesmo. Não lembro a data certinha, algo entre o pós-frenesi-do-bug-do-milênio e a conquista do penta-vampeta-cambalhota.
Eu, recém-saído de um emprego típico da primeira bolha da internet (quem viveu, viu) como editor de conteúdo no Fulano.com, sedento por uma primeira oportunidade em agência, trabalhando com 'propaganda' de fato, para fazer valer a tal da 'ênfase em publicidade e propaganda' pontuada no currículo.
A agência era a recém-inaugurada e ainda cheirando a tinta Vênus NCA, do grande criativo Marcos Ferraz (entre outros sócios), baita redator, chefe, guru, professor, entre tantos predicados.
O escritório ficava na saudosa rua Helena, numa fase em que ainda não se pegava trânsito dentro das garagens na Vila Olímpia, no mesmo prédio do escritório do ainda não tão 'galáctico' Luciano Huck, com o qual dividimos o elevador em tantas ocasiões.
De volta ao escritório, não só com cheiro de tinta, mas com quase tudo enrolado em plástico bolha (pléc-pléc-pléc), ou dentro de caixas com todo tipo de conteúdo dentro, chegamos onde a coisa aconteceu.
O fato é que em muitas dessas caixas estavam Anuários, CDs e até fitas VHS, que atacam a rinite só de escrever sobre elas.
É nesse momento que o Clube entra na minha história e para a minha história.
Meu primeiro job na agência não teve dupla, não teve Word, nem um prazo muito bem definido. Teve estilete, prateleiras, TV e videocassete. Teve também uma quase infinita maratona de filmes e de páginas com algumas das melhores ideias da história da propaganda nacional que fazem as neo-maratonas de seriados parecerem tiros de cem metros.
Em pouco mais de uma semana, minha tarefa foi arrumar as prateleiras da biblioteca do escritório, e o rolo de filmes para pesquisas futuras, tendo acesso gratuito e irrestrito aos grandes Anuários do Clube de Criação de outros anos e décadas - verdadeiras obras-primas - não só pelos trabalhos, mas também pelas famosas diagramações e temáticas que acompanham os books até hoje.
Esse intensivão de propaganda da boa talvez tenha sido o grande ponto de virada na minha carreira, certamente, forjando critério e jogando gasolina na ainda pequena brasa da ambição criativa.
Lembro do cheiro. E espirro.
Lembro das campanhas antológicas, e me emociono.
Lembro com boa dose de inveja dos nomes e sobrenomes ali imortalizados e, de forma tímida, penso se algum colega iniciante, possa ter a mesma sensação ao ver o meu nome em algum destes registros, sonhando com o dia em que o seu também aparecerá por ali.
Por isso, uma dica que funcionou muito bem para mim: vasculhem o passado, aprendam, tornem ele parte do seu repertório.
Respeitem o que já foi feito para fazer diferente. Vida longa ao Clube e a todo o seu legado."
Assista depoimento anterior, de Caito Ortiz, aqui.
Veja também as declarações da série "Minha Estrela Inesquecível", aqui.